domingo, março 30, 2008

sem titulo

Depois de outros exemplos e indicações, essa é minha letra... entrei na onda, rs.

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Bom, volta e meia me agaraciam com um prêmio, um selo. Mas nem sempre tenho tempo para posta-los aqui no blog. Portanto postei todos de uma vez aí à direita. São muitos! Que bom, quer dizer que gostam do que escrevo e que eu continue... hehe. Continuarei.

Praticamente todos foram dados pelas duas fofas da Amanda Bia e da Jaya, queridas companheira de blog e grandes garotas!! Adoro! Muito Obrigada!!! Beijosss.

E como sempre quem recebe o selo/prêmio respectivo, tem de indicar outros blogs para receberem... Eu indico todos os que estão linkados aqui na Divisa! Todos lindos maravilhosos! rs

Li - Desencontrando

Amanda Bia - É só saudade

João e Juh - Em um bar...

Carlos Howes - Pensamentos Circulares

Juliana Caribé - Quintal de Cores

Maria Renata - Vida Pública

É isso, inté!

quarta-feira, março 26, 2008

Irene e sua risada


"Eu quero ir, minha gente
eu não sou daqui
eu não tenho nada
quero ver Irene rir
quero ver Irene dar sua risada!"


Queria, quem sabe, conhecer Irene. Rir igualmente de sua risada. Risada gostosa que parece ser...

Balanço ao coco do balanço. Balanço a cabeça pra lá e pra cá, mas Irene... será que riu? Será que Irene é daqui ou de lá, de onde vem aquele? De onde é Irene? De onde vem, ou está? E como se ouve a sua risada? Assim, de perto, ao pé do ouvido? Em meio à algazarra da festança? De longe, na vizinhança? Assim, sozinhos na cozinha de madrugada enquanto se assalta a geladeira? Não sei. Não sei. Afinal, como foi parar aí e querer do fundo do coração ouvir a risada tal? Por quê?

Eu gostaria de conseguir ler em veículos em movimento. Sem tonteiras, sem vistas doloridas. Sem visão turva, embassada. Eu iria ler periódicos, romances e dramas. Histórias incríveis. Sim. Leria tudo que a cá minhas vontades me exigissem. Mas, infelizmente minha constituição física, meus aparatos físicos, não me possibilitam tal ação. Quanto tempo perdido. Imagine, passo em média, 3 horas por dia, ou mais, dentro de transportes públicos. Na maioria das viagens vou assentada. Ali, assentadinha esperando o tempo passar. Arrebatada pela monotoniedade, ou pelo cansaço que consome a atenção e a resistência do corpo. Os olhos cansados de ler e reler o jornalzinho do ônibus, uma folha A3 muito colorida e cheia de chamadas que fica colada no pseudo-vidro que separa as alas do coletivo, perto do trocador. Os ouvidos cansados à constante inserção de fones. A atenção sonora cansada pelo dia cheio e pelos barulhos de cidade grande e transito. Ah!

Eu também gostaria que não precisássemos de dinheiro pra viver. Que comêssemos aquilo que nos caísse à frente. Frutas, ervas, folhas... Índios. Acho que gostaria de ser índia. Preocupada em procriar, em tarefas para a comunidade, em rituais, nas guerras entre tribos, que poderiam até ser evitadas, dependendo da tribo. Eu iria ter o corpo todo malhado. Sem me preocupar em estar gorda, flácida, ou ter o cabelos despenteados. Não teria preocupações em raspar as pernas ou as axilas. Sem guarda-roupas, sem shoppings, sem grandes eventos de gala que exigem performances requintadas. Ainda poderia tocar alguns instrumentos, e quem sabe encenar algumas passagens ritualísticas? (...) Será que a vida era melhor? Fico pensando. Sem mercado, sem grandes nações, sem transito, sem telefone, sem absorvente! É... não sei. Sem preservativos... Sem café nem pão de queijo. Sem cinema, sem sorvete, sem chocolate. E se esse instinto de competição é realmente algo à priori do ser humano, teríamos outras competições, talvez até mais cruéis e viris. É... não sei.

Ainda quero ir e vir por aí. Muito. Pelos cantos todos que for possível passar. Pelos becos do mundo, suas periferias, seus hiper-centros. Sabe lá onde é mais interessante. Inda vou. Sozinha, ou não. De turbante e biquini, visitarei a Groelândia. Trarei um cachecol para você de lá. Esquiarei nas montanhas de areia com lenços indianos e saia havaiana. Nadarei no mar morto de gorro esquimó. Vou correr atrás do trio elétrico em Paris.

Irei e voltarei. Esperarás por mim? Irene também? Quero conhecê-la. Ouvi-la. Vê-la. Enquanto isso... estou a cá.

cd player: Caetano Veloso - 1969

quinta-feira, março 20, 2008

deixe estar

Sabe lá o que anda pensando. Tive um sonho hoje. Mas era só seu nome nele. Graças a Deus. Na verdade nem me lembro bem o que disse. Nem eu, nem você. Veio e nem uma palavra. Mal um olhar. Me veio aquela ponta de decepção, confesso. Rendeu-me um monólogo longe dali. Andando por aí falanda sozinha e os que passavam do lado estranhavando. A cabeça em completo turbilhão. E quando nos encontrar novamente não sei como será. Um olhar ou uma palavra. Pode tudo desandar ou simlesmente continuar como estamos. Engraçado, mas incomoda. Deixe estar. Ninguém é perfeito. Não é? Ai ai.


Gal Costa - Divino Maravilhoso

sexta-feira, março 07, 2008

Notinha:
Puderam perceber que colori imagens nos posts antigos, né? Pois é... Tava tão tedioso isso aqui só com letrinhas... rs. Agora fica mais agradável.

quarta-feira, março 05, 2008

fome tropical

Andei saciando uma fome antiga, aquela tropicalista. E eu que nem sabia que tinha, descobri há uns bons tempos quando me revelaram o nome para aquilo tudo que ouvia desde criança. Já sabia que era fã de Gilberto Gil e que Caetano era pai de canções lindas que já permeavam meu inconsciente. Então a ficha caiu que isso tudo era tropicalista. No meu intenso verão tropical interior, eis que tenho em mãos material suficiente para entender melhor o que foi aquilo tudo, aquilo tudo que sempre me tocou profundamente e tão simplesmente. Convido-os a conhecer o Tropicalismo, e meus ídolos de sempre.

Mas, antes ainda da degustação indicativa, umas palavras. Ao meu entender, e olha cá que não sou estudiosa do caso, nem profunda conhecedora. Direi somente o que sinto, o que para mim é a mais importante interpretação de uma obra. Não sou crítica e desde já não tenho essa pretensão, apesar de talvez lá em certo momento da vida possa a mim surgir esse rótulo.

O Tropicalismo para mim significa a vontade de incomodar, inda mais pela época em que surgiu. Serve para o questionamento, uma pergunta sem resposta redonda, de onde podem sair outras várias perguntas. Textos sem nexo e uma musicalidade que pode ser maravilhosamente redonda quanto cheia de quinas e nada agradável. Cores fortes ou insossas, curvas insinuantes. Nus artísticos e promíscuos. Cabelos sem penteado e o simples sentido de ser, sem parecer com outros, apesar de suas influencias por aí... e que digamos a verdade! Não há na história da humanidade algo simplesmente inventada do nada, tudo é fruto de épocas, e de tudo à sua volta. Tropicalismo pode ser a total loucura, como a mais intensa compreensão das coisas, uma maturidade para além das performances infantis. Uma despreocupação com a estética tradicional, uma nova estética, mas mais relaxada, mais pela diversão do que pela perfeição.

Tropicalismo é ser mutante, ser á-gil e veloso, inventando-se sem sair do tom, e rugindo como um leão!


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Para aqueles que não entendem, não conhecem, nunca ouviram... uns poucos discos:

.'Tropicália ou Panis et Circencis' - Mutantes - 1968
.'Caetano Veloso' - Caetano Veloso - 1968
.'Expresso 2222' - Gilberto Gil - 1972
.'Transa' - Caetano Veloso - 1972
.'Gal Costa' - Gal Costa - 1969
.'Tom Zé' - Tom Zé - 1970
.'A Banda Tropicalista do Duprat' - Rogério Duprat - 1968
.'Doces Barbaros' - Gil, Caetano, Gal e Bethania

Recomendo baixar pelo ótimo 4shared .
Outras muitas coisas sobre o movimento, sobre as pessoas, a época e o resto, visite a Tropicália.

segunda-feira, março 03, 2008

diálogo feminino incisivo

_ acho que o que tem gritado aqui dentro é para viver mais, apesar de tudo...
_ sei... apesar de tudo mesmo, né?!
_ não sei, parece que tô parada, correndo em circulos...
_ deve ser o estress.
_ estress?
_ é.
_ fácil assim? minhas vontades estão quase me engolindo!
_ mas, tá tudo certo, no seu tempo. um passo maior e você cái!
_ mas, eu num sinto isso. parece que sou uma bobona de interior que num viveu um monte de coisa que devia ter vivido.
_ e num é isso o que você é?
_ ... uhm... é.
_ e você está vivendo muita coisa que muitas dessas pessoas de quem está falando nunca viverão, e nem sonhariam em viver! acalma mulher!
_ ... uhm... é.