quarta-feira, abril 29, 2009

abraçar

querer abraçar-te
aconchegar -me
agora
assim
não dá
mas tudo bem
guardo a vontade
pra virar saudade
e quando te ver
prender-me no teu jeito
perder-me nos teus braços
pra tudo ficar bem
e a saudade passar ligeira
como se o tempo parasse
só para nos ver abraçar.

segunda-feira, abril 27, 2009

Conexão 'Viva' e Festa 'animal'


Há uma semana atrás, exatamente na segunda passada, acontecia um encontro histórico na música independente. A primeira festa promovida pelo Circuito Mineiro de Música Independente reuniu no mesmo palco duas bandas de peso animal. Se tratava da Macaco Bong (MT) e Burro Morto (PB).

Primeiro a Burro dava suas notas de ritmos envolventes e uma vontade de dançar sem rumo me subia. Depois veio o estonteante show dos Macacos, mandando todo o 'bong' possível. Há muito não presenciava tamanha presença de palco (no caso, do guitarrista do Macaco Bong) e, de um modo geral, uma festa tão 'porrada'. Pra descarrego de qualquer pessoa que goste ao menos um pouco d
e peso.



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Na última semana aconteceu na capital mineira a maratona do Conexão Vivo, recheada de shows bacanas, oficinas e seminário. Tudo isso em nove derradeiros dias. Um pouco difícil de acompanhar, mas dentre a programação paralela e os compromissos profissionais, estive lá quando pude.

Na vasta programação consegui ir de fato em dois dias de show, duas oficinas e em uma das discussões do Seminário Internacional Música & Movimento. Entre aulas, ensaios teatrais, de enfrentar filas de ficar muito cansada conferi pedaços de shows, esbarrei em muita gente e conversei com outras.

O que ficou pra mim foi a incrível experiência de estar "nas mãos" do mestre Naná Vansconcelos no seu 'Orgânico Workshop', onde e quando reuniu muita gente à sua volta formando uma grande orquestra de vozes, palmas e pisadas pulsantes. Uma prova de que a música pode acontecer assim num jardim, sem precisar de partituras mas sim daquela dose boa de espontaneidade e criatividade.

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Fora essa semana agitadíssima, ando um bocado atarefada, o que justifica ao menos um pouco a falta de textos nesse espaço. Mas não se preocupe, mais cedo ou mais tarde eu sempre volto. rs

Fotos_Mariana Lima

segunda-feira, abril 13, 2009

diálogo fofo

- hoje acordei com o pensamento em ti.
- pensamento bom ou ruim?
- bom, claro, hehe.
- e eu fico com o pensamento em ti o tempo todo.
- ah, fofo!
- fofa! rs

(beijinhos...)

domingo, abril 12, 2009

Ser ou não ser cultural...

São comuns as indagações sobre o que é cultura, ou cultural. Toma-se, normalmente, por base a análise de alguns produtos culturais. Compara-se, por exemplo, um filme de grande sucesso popular, como "ET", e um mais "cult", como "Invasões Bárbaras". E as respostas e ponderações variam entre "esse é cultura, o outro não" e "o que é cultural ou não?". E a confusão é normal e recorrente nos mais variados meios sociais.


Partindo dessa discussão penso cá como a indústria cultural distorce as coisas. Como as pessoas não se permitem consumir produtos bons com medo de estarem se distanciando de suas raízes culturais. Ou mesmo não se permitem por acharem que é coisa chique e não pertence à sua classe social. Ok, deixe-me explicar.

Assim como pensar que "ET" não é cultura, é comum atribuir a expressão 'cult' àqueles que gostam de arte sem apelo popular. Mas, onde há a diferença entre um e outro produto? O que torna um produto mais 'cultural' que o outro? Ou o que faz pensar que existe cultura em algumas coisas e em outras não?


E a resposta está na ponta da língua. É... nada! Todos são produtos culturais. E além disso, o produto cultural não se prende à produção artística. A cultura está em todos os âmbitos e esferas sociais. E faz parte também de nossa cultura achar que um produto é ou não cultural. Então o problema aí está na noção do que é cultura.

Cultura é tudo aquilo que envolve a sociedade. Seus costumes, suas maneiras, os preconceitos, a postura diante de qualquer coisa. Tudo o que fazemos e pensamos é de acordo com a cultura na qual estamos inseridos e que ajudamos a construir e transformar. A cultura nunca está estática, sempre muda com as evoluções, o tempo e as pessoas que nela viveram e fizeram suas contribuições culturais.

Assim, não há diferenças em termos de 'quantidade' de cultura em um produto. Ou se ele é ou não é cultural. O que pode haver são diferenças em qualidade, o que não torna um produto mais cultural que o outro. E este quesito é amplamente discutido entre os mais variados meios sociais, levando muitas vezes o gosto pessoal como o critério de avaliação que mais pesa, tornando a discussão inacabável e pessoal.

Portanto (e para finalizar), recomendo a boa paciência e a mente sempre aberta. Não só para conhecer produtos culturais novos (artísticos) como também para entender o sucesso e a existência de produtos que não gostamos. Assim, coexistindo pacificamente com outras culturas e gostos culturais artísticos.

Assista "X-Men", "Todo Mundo Em pânico", "Volver", "O Exorcista" ou "9 Canções". Ouça Calipso, Pink Floyd, Chico Buarque ou Elvis presley. Conhecendo de tudo um pouco é que vamos construindo nosso senso crítico sobre o que é um bom produto cultural e o que não é. E não se sinta acanhado em dizer que um produto é bom ou ruim, afinal os critérios de avaliação são sempre pessoais (até dos críticos mais renomados!).


terça-feira, abril 07, 2009

carta ao leitor

Há um tempo um amigo reparou que este blog já teve tempos mais jornalísticos e que passa por uma fase meio carente dessas coisas. E é verdade. E pra falar francamente, nem sei bem por que... acho que ando meio sem tempo mesmo para refletir e escrever sobre fatos e coisas, culturais ou não.

Bom, esse post é só pra justificar minha falta de textos críticos e analíticos sobre cultura e mundo. Mas, se estiver sentindo falta de algo assim, sugiro clicar aqui à direita, um pouco mais pra baixo, na Editoria de Cinema, ou mesmo na Recomendo Mesmo e aproveitar minhas dicas na área.

Enquanto isso... vou indo. Quanto às atualizações jornalísticas, espero que em breve consiga postar algo à altura por aqui.

o mal do meu quarto

vou pintar meu quarto
mudar o armário
trocar os sapatos
mudar a luz.

tudo ali me deprime
tudo me torna mais pesada
me fecha num labirinto
numa sensação triste e morna
de que o dia já acabou
mesmo antes de se anunciar.

não há muito ânimo para novos acordes
la dentro novas cores não têm ar
minha cama vou girar
minha mesa vou arrastar
o lustre vou limpar
e o que estiver solto e sujo... já era.