quarta-feira, novembro 11, 2009

Desagradável ser

Bem que reparei o olhar de cima e o andar de pontas.
Bem que pensei que desmerecia toda a atenção.
Bem que me segurei e não estendi a mão.
Bem que percebi seu ar de egoísmo.
Bem que me afastei a tempo.
Bem que não acreditei.
Bem que me recompus.
Bem que me encontrei.
Bem que longe estou.
Bem que tudo não passou de um momento.


sábado, novembro 07, 2009

Sonhos intrigantes


Sonhar, por si só, é uma experiência catártica. De profundo envolvimento. De sensações quase táteis. De impressões flutuantes e confusas.


Um sonho pode às vezes representar muito mais do que esperamos. É quando o subconsciente sobe ao palco, segura as rédeas e dirige a cena da forma mais inconveniente para a consciencia. Coisa mais contraditória, mas é verdade.

Podemos sonhar situações do cotidiano, com pessoas conhecidas ou aqueles desimportantes ou os inéditos. Nos sonhos podemos tomar outras formas, noutros corpos e em lugares inimagináveis. Situações que às vezes provam uma capacidade de imaginação antes desconhecida por nós mesmos, os "autores" da obra.


Mas, uma das coisas mais intrigantes do sonho é sua capacidade de nos confundir com a realidade. É tudo tão real, as sensações, os sentimentos, os sentidos (tato, olfato etc.), que dependendo do sonho podemos jurar de pés juntos que foi tudo verdade.

Outro dia eu sonhei um sonho desagradável. Ele havia me traido e me contava com a maior naturalidade de sua atitude. No sonho eu fiquei irada, rs. Normal minha reação, não? Acordei com ráiva e, ao mesmo tempo, profundamente decepcionada.

Porém, senti isso tudo por que a minha primeira interpretação do sonho, quando ainda estava acordando para o mundo real, aquele do "aqui-agora", considerou a situação do sonho como uma realidade vivida. Isso por que as sensações "vividas" e sentidas durante o sonho tiveram um grau de aproximação e verossimilhansa enorme em relação à realidade cotidiana. Mas então, quando me dei conta de que o sonho era apenas um sonho, tudo se desmanchou. Nada era mais real.

Me senti mais confortável com a conclusão. Mas não deixei de refletir o por que do meu subconsciente ter me feito sonhar aquilo e ter sentido todo o resto. Por que? 


Acho que o sonho é mesmo um emaranhado de todas as emoções ocultas. Aquelas que escondemos dos outros e as que escondemos de nós mesmos, mesmo sem sabermos. Emoções essas que podem até revelar-nos sentimentos que não compreendíamos. 

Acho que o sonho não mente. Ele é você em sua mais pura essência. Mas isso tudo eu só acho. Por observações próprias e reflexões a partir dos meus milhões de sonhos intrigantes.