questão
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Kitsch. Eu sou. Você também.
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É como um sonho. Largar tudo e fugir prum lugar calmo e livre. É negar uma vida por um ideal. Into The Wild é assim pra mim, livre como o vento e calmo, sempre calmo.
É ter consciência do que fazer, do que pode ser feito pra ser feliz enfim. Ele queria ser feliz, quem não quer? Largar as obrigações familiares, sociais, o trabalho. Todos esses vínculos na maioria desnecessários para ser feliz, mas exigidos pela vida social, que tem todas suas regras. Essas regras que deixam qualquer um sonhador de um mundo livre, sem burocracias, sem falsidades sociais, sem meias palavras de uma vida de mentira. Não ter de vestir-se bem sempre, não precisar de um carro, de restaurante, de lojas, de consumir qualquer coisa desnecessária.
A vida é muito simples. É simplesmente viver. Para isso basta comer e manter a saúde sempre bem, e para isso não precisamos de vestidos caros, jóias, Mercedes, nada disso. Sentimos fome do mesmo jeito que um sem teto de baixo da ponte, a única diferença (e me incluo nessa) é que na maioria das vezes podemos comer quando estamos com fome, eles não. E por que isso? Por que não podem comer quando se rasgam por dentro de tanta fome? E emagrecem cada vez mais sem poder sustentar o próprio peso.
Voltamos ao antigo tema escolar, mas não menos importante ou recorrente na vida cotidiana: tudo é culpa do capitalismo? Será mesmo a melhor forma de viver? Será mesmo que tanta oferta, tanta “liberdade” de compra e venda é necessária? O problema é que a idéia desse modelo não previa um preceito humano, o da sobrevivência em detrimento de outro. Não somos uma espécie muito solidária, apesar de sempre vivermos em comunidades e dependermos sumariamente uns dos outros. Esse instinto de sobrevivência está atrelado a significados especificamente humanos e de um universo cruel. É preciso estar melhor perante o outro, não igual. Nunca igual. Queremos ser sempre superiores e isso é sobrevivência.O que mais me embeleza os olhos quando vejo a trajetória de Chris é que ele não teve medo de “não sobreviver” e foi atrás de uma vida que era muito melhor. Renunciou objetos de valor e até mesmo o amor de outras pessoas. Renunciou o que achava falso, desnecessário e no fim descobriu a verdade nas entrelinhas da vida. Tudo poderia ser posto de lado, o material, mas as pessoas e o amor? Como poderia? Renunciar também ao amor? Não, o amor é além disso tudo. Muito além.
Christopher McCandless foi um jovem que realizou um sonho e descobriu como é a vida. Um poeta, filósofo, desbravador. Corajoso e boa fé. Não sei mais como descrevê-lo. Lindo, um rapaz lindo por dentro e por fora.
Aos 23 anos, logo depois de se formar na faculdade, que inclusive fez para satisfazer o pai, decide abandonar tudo e seguir o caminho que acha mais certo. Tem um destino, o Alaska. Faz uma mala, doa todo o dinheiro pra uma instituição de caridade e enfrenta a estrada. Queima os documentos e o resto do dinheiro. Escolhe um novo nome e decide enfrentar o destino. Conhece grandes amigos, faz outros. Ensina e aprende muito. Ao chegar na natureza gélida refugia-se e então a maior reflexão sobre a vida. A solidão, a natureza, o frio. Sempre tudo escrito pelos cantos por onde passou. Mas, alguns deslizes o deixam à deriva e o fim é trágico, porém em paz no final das contas. Missão feita e literalmente finda.
O mais bacana, ou trágico, é que a história toda é real. Realmente aconteceu e veio ao saber do mundo via um jornalista alpinista que pesquisou sobre Chris. Jon Krakauer então escreveu o livro Natureza Selvagem que foi roteirizado por Sean Penn. E mais, minha avó, que adora livros de aventura reais (já leu todos do Amyr Klink), leu este do Jon há anos atrás e fez várias explanações durante vários almoços de sexta. Então eu já conhecia a história quando me disseram que tinham feito o filme. Achei incrível e na hora em que assisti a película amei mais ainda... Direção belíssima de Sean Penn. Trilha sonora original mais bela ainda de Eddie Vedder (ouço agora). Fotografia, atores, tudo. Perfeito. Ao menos pra me mostrar que os sonhos podem ser vividos e que ainda existe amor e jeito no mundo.
de Mariana Lima - 10:20 2 disses
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Estou na maior correria dormindo 5 horas por dia. Acho que estou até meio pálida, rs. Mas isso é por pouco tempo. Pois estamos finalizando mais um espetáculo teatral. E até a quarta feira que vem ainda estarei no maior 'vuco-vuco', rs. Estou devendo um monte de conteúdo aqui, mas o tempo está realmente difícil.
Como no ano passado (quem se lembra da peça Hypólita - uma história de amor ), estamos novamente inseridos no projeto Mercantil do Brasil Cultural, percorrendo por 13 cidades mineiras. A peça se chama Milenium e, como Hypólita, também é da Cia de Yepocá.
Milenium, um lugar onde tudo e todos são bons de repente é tomado pelo mal. O egoísmo e a ganância contaminam todos os habitantes. Uma só pessoa resiste à essa mudança, a menina Lêni. Com a ajuda de um Ser de Luz ela vai tentar trazer a paz e harmonia de antes. Para isso, visita a Terra para entender o que pode ser feito. Assim, sabe como fazer para que Milenium volte a ser o que era. Mas, será que vai dar certo o seu plano?
Envolvendo teatro de sombra, cinema, musical e encenação, Milenium brinca com o público e emociona. Uma história mui bela contada com o peculiar humor do clown. Altamente recomendada para todas as idades.
A estréia será em Poços de Caldas, no dia 28.05, logo depois vamos para Varginha, no dia 29. As datas estarão sempre disponíveis na barra lateral deste blog. Se passarmos aí por perto, adoraria que fosse nos ver, rs.
É isso. Merda pra gente, muuuuita merda, rs. (um dia explico essa expressão, para aqueles que não conhecem)
** (fotos em breve! rs)
Nada além de esconderijo, tudo bem.
Houve uma época em que me escondia sempre. Aquela espressão intensa, séria demais. Nunca olhava ao lado, desviava os olhos dos outros. É, bem sei, tudo bem. E até houve quem disse que essa cara amarrada era só um jeito de viver na pior. Tudo bem, eu bem sei. Mas, o que me intriga mesmo é se aos outros olhos me mudei ou continuo escondendo-me. Tudo bem, pode dizer. Pode ferir ou não. Mas, tudo bem, eu sei... É nada além de esconderijo mesmo, rs.
*escutchê! Nada Além - Porongas (ótimas letras, ótimas canções)
de Mariana Lima - 14:39 7 disses
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