quinta-feira, dezembro 28, 2006

sorrir

os dentes pra quê servem?
mastigar? mostrar? encher aboca?
sorrir!...

uhm...
é como comer rabanada ... abanar o rabo...
chupar picolé ... ronronar...


sentir-se bem é coisa pouca sem brincar.

rir...
brincadeira é coisa séria, já brincou hoje?

doutores da alegria - o filme

domingo, dezembro 17, 2006

trip on net



Bobby Mcferrin improvisation with Richard Bona

quarta-feira, dezembro 13, 2006

all is full of love

No ônibus, uma garotinha estava em pé no corredor ao lado da cadeira que sua mãe estava sentada segurando a outra filha, ainda bebê, no colo. Não sei, 5 ou 6 anos no máximo. O rosto era inesprecivo e caído, como se aquilo fosse uma amarga rotina. Olhava para os lados sem rumo e às vezes pro consolo materno. A mãe só se preocupava com a vista da janela do veículo. Estavam separadas por um homem largo e alto.
O ar condicionado estava muito forte e eu sentia meus pés gelados entre os chinelos. Minha cabeça doía ao mínimos movimentos e o barulho do motor fazia piorar. Entre abrir e fechar meus olhos via a cena desfigurada. O pescoço doía pela noite mal dormida e sem jeito do banco.
O olho abre e algo incomoda. Uma pequena de olhar desamparado posta-se no meio do corredor segurando nos canos amarelos aos balanços da máquina. Não conseguem enxerga-la confusa em meio a tanto despreso. As demais pessoas do ônibus. Selvagerismo individual. Estudantes, assalariados, aposentados, donas de casa indo e vindo e tão invisível.
Meu lugar, tão temporário, não vale a pena se tiver de enxergar aquelas perninhas doerem de ficar em pé. Me lembro da infância e de como era protegida. Agora, crascida, sei que muitos não têm um terço do que tive. Saber disso dói tanto quanto ver aquela cena de indiferença.
Me levanto e ofereço a assento pra garota. Ela aceita ainda inespreciva e não sabe dizer obrigada. Não há um sorriso, nem mesmo um voto de confiança por mim. Somente senta e espera chegar o ponto de descer. A mãe nem percebe quando isso acontece. Talvez nem percebesse que é muito imcômodo pruma pequena criatura passar por testes físicos como andar de ônibus em pé.
Passamos por cima dos sentimentos e necessidades dos outros muito preocupados com o que queremos e o que é supostamente melhor para nós. Tudo nós, somente nós. "Eu, Mim".
soundtrack#1 All Is Full of Love Björk
programa: TVE Brasil em parceria com o Instituto Interamericano del Niño exibe uma série de sete vídeos para a promoção dos direitos das crianças. Nas vozes de Gilberto Gil, Fernanda Takai, Luiz Melodia, o coral "As Princesas de Petrópolis", Bruno Golvêia, Margareth Meneses, Joyce, Jorge Vercílio e Ná Ozétti as animações ganham vida e um poder incrível de significado. As animações podem ser vistas pelo site do programa ou durante a programação da TVE.
trilha#2Eu Quero AprenderFernanda Takai

domingo, dezembro 03, 2006


Estamira


Quantas vezes já parou pra pensar no controle remoto superior? Esse trocadilho, essa esperteza ao contrário? Quantas vezes se perguntou sobre esse seu Deus? Já reparou no lixo que você joga no lixo?
Seria difícil reproduzir com tamanha voracidade sua filosofia e ódio pela podridão humana. Muito mais esclarecida que muita gente e muito mais inteligente que muito doutor. Não é rica, não é bem compreendida, mas se diz feliz. E com razão, pelo simples fato de não ter de se submeter a essa "esperteza ao contrário" se sente em paz. Paz relativa essa, pois a cada momento é uma briga, uma explosão de revolta contra tanta desgraça no mundo. Os astros a protegem.
Áh Estamira, bela Estamira.


["Estamira", Brasil, 2005]

*tímpanos O Céu, o Sol e o Mar Mombojó