domingo, dezembro 16, 2007

choro do core


Posso confessar de vez a manteiga derretida da infância em que chorava por qualquer coisa. Mas dessa vez os motivos são outros que não joelhos ralados ou simplesmente não poder brincar com os brinquedos do meu irmão. Não, agora os motivos se fazem mais profundos e às vezes sem nem explicação, simplesmente é sentido. Uma canção, um olhar sincero, um gesto amigo, qualquer coisa me comove, e talvez agora mais do que antes.
Há dois dias assisti a um filme que me dilacerou por dentro. Não pude entender a primeiro momento o porque mas meu estado era catártico e não pude esconder, nem mesmo explicar a quem o percebeu. Mas agora compreendo o que me tocou e que me deixou quase catatônica. E posso explicar.

O filme era "Batismo de Sangue", de Helvécio Ratton, e com a presença do diretor, dois atores e o frade que os ajudou nos laboratório para um bate-papo depois. Eu me assentei e assisti. Cenas descaradas de tortura, de loucura, de poder, de rendição. Não sei descrever, talvez por ter me tocado tanto eu tenha bloqueado algumas coisas que não quero lembrar?! Fato é o que me tocou foi a nossa impotência frente a certo poderes, no caso o poder militar, o poder da força, da ameaça, do terror. Estamos completamente à mercê. Impotentes. Não foi medo que me deu de acontecer comigo ou com quem eu goste, mas me deu uma revolta de que alguém possa fazer tamanhas barbaridades e que mesmo assim não tenha sido punido. Conheço pessoas, casos, que sofreram tortura na juventude e encontrou seus torutradores em supermercados com a família felizes como se não tivessem nada feito. Tamanha a friesa? O que é? O que faz de uma pessoa tratar a outra com tanto ódio, tanta violência? Será natural do ser humano? Um espécie de botão que pode ser acionado a qualquer momento e seremos tão violentos quantos? Na história da humanidade sempre houveram estes toturadores e talvez nunca sejam extintos. Seria eu mesma capaz de tal babárie em alguma situação extrema? Ontem conversei com um senhor que me contava de sua própria experiencia da ditadura e que os 'rebeldes' também praticavam a tortura igual ou tão pior que os militares. Me lembro de "Tropa de Elite", "guerra é guerra e tem de estar preparado pra tudo". Isso me deixa muito triste.
Esse poder sobre os outros é que me espinha, me faz revolta. Assim como os casos de pedofilia. Crianças sem 'maldade', sem defesa à mercê de mentes perversas que têm a confiança dos pais. Meus Deus, isso me entristece, me revolta profundamente. São professores, padres, tios, padrastos, até mesmo alguns pais. Por quê? Nem quero saber. Mas me faz chorar, mesmo que naõ me caiam lágrimas, choro por dentro. Por Tito, por Beto, pelas crianaçs traumatizadas, por Nascimento, por Matias. É triste por que parece que nunca vai acabar e sempre vamos saber de mais e mais casos que agora estão escondidos.

Mas apesar disso tudo, o outro lado me comove tanto quanto. No dia seguinte a sessão era dos "Doutores da Alegria", e apesar de ser a segunda vez que assistia ao documentário, chorei. Dessa vez, pela beleza, a leveza, pelo sorriso. Pessoas que têm os mesmos instintos violentos segundo uma parte da psicologia capazes de elevar vidas ou finais de vida num ambiente tão carregado que é um hospital. Minha profunda admiração consolidou com a sensibilidade temporal. Meu espírito clown reavivou aqui dentro. A resposta para a indignação anterior estava ali diante meus olhos molhados. Mesmo não sendo a solução para o problema da impotencia social ou infantil, é um modo de fazer as coisas melhorarem. Um sorriso, uma bobeira, um comentário na hora certa, um nariz vermelho. O peito se encheu do ar novo e chorei recorfortada, com uma resposta à frente.

Então depois do jantar um amigo, e eterno inspirador, me deu a possibilidade de externar meu nariz vermelho novamente. Não sei o que será, mas confio nele, sei que posso, e sei que será bom. A emoção acalmou e recobri o certo ponto de controle que temos sobre ela.
Os filmes foram vistos no 2° ENA / Cinema na Praça, em Sabará-MG.
* Björk - "Joga", "Isobel", "Venus as a Boy"

quarta-feira, dezembro 12, 2007

cinema e animação de graça!

Poucas atualizações por conta de uma boa programação cultural [e ainda em tempo]: 2° ENA - Encontro Nacional de Animação e Cinema na Praça em Sabará.



Pela animação e pela formação de cultura em geral, a ONG Casa da Animação promove em parceria com a prefeitura de Sabará o 2° ENA conjugado com o Cinema na Praça entre os dias 10 e 15 de dezembro [agora].



Filmes como Saneamento Básico de Jorge Furtado, Wood & Stock de Otto Guerra estão entre as exibições em plena praça pública dentro de uma tenda especialmente montada. Muito bate-papo a respeito do mundo da animação e sobre os filmes com os própros diretores. Além disso há também uma oficina de animação e outra de vídeo-documentário, tais que resultarão em curtas, exibidos no último dia de evento.


Mais informações no site da Casa, http://www.casadaanimacao.com.br/

Toda a programação gratuita.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

entrada franca? to dentro!

Um novo site para os mineiros aproveitarem! O Guia Entrada Franca! Pelas próprias palavras do site:
"É com muito prazer que apresentamos aos mineiros, o primeiro portal virtual sobre eventos culturais gratuitos de Minas Gerais. Música, teatro, cinema, exposições, debates, festivais, literatura, dança, artes plásticas, cursos, eventos, festas populares. Todos os serviços que dizem respeito à cultura, vocês vão encontrar aqui no www.guiaentradafranca.com.br. Chegamos com a pretensão de ser uma ferramenta, um site de busca, de fácil acesso a tudo o que acontece no universo cultural da Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma capital em verdadeira ebulição cultural. E queremos mais. O objetivo é nos tornar um veículo de comunicação virtual de referência na área de cultura e eventos, além de fomentar o debate cultural, através da produção, disseminação e monitoramento de atividades culturais gratuitas. Mas só poderemos trilhar este caminho de sucesso com a sua participação. A interatividade é fator decisivo para seguirmos em frente nesta trajetória. Para isto, estamos receptivos a sugestões, críticas, debates, informações e tudo mais que possa aproximar a cada dia o universo cultural gratuito à população de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Sejam bem-vindos! - Guia Entrada Franca"
bacana né?
pois é, aproveite!

quarta-feira, novembro 28, 2007

tango

ela dançava tango na penumbra da sala vazia
tomava uma garrava de licor de jabuticaba
cartas sovieticas espalhadas pelo chão
o esmalte escarlate ainda secavs nas unhas dos pés

devia ser domingo, assim, à noite
chuva fina e grossa
o chão de taco soltava poeira
ela tinha sinusite

no braço esquerdo uma tatuagem de pirata
galante e charmoso
na virilha uma tartaruga em preto e branco
desenhada à mão

os cabelos negros lisos caiam sobre a face
os olhos fechados e a resipiração turva
movimentos sinergicos
corpo inerte à força involuntária

tinha um pé de jabuticaba na casa da avó
sempre subia no pé e apanhava mais que chupava
lembra da criança, pelo álcool do licor,
pé descalço e joelho esfolado

o tango acaba
o bandoleon da as ultimas notas
agora sabe e sente
almodóvar iria gostar-te.

sexta-feira, novembro 16, 2007

invenção

inventei um sonho de nós dois, eu e você
aquele seu olhar de lado me embreagava
enquanto, a pretexto de trabalho,
sua técnica me ensinava

inventei o que você disse
quando chegou mais perto
quando fez que vinha
quando cheirou meus cabelos

inventei sua reação
quando virei e te encontrei o rosto
e você não pôde evitar
um beijo na bochecha, o mais gostoso

inventei o beijo
inventei o sonho
mas se vier
eu deixo isso tudo pra lá...

sábado, novembro 10, 2007

culturamente falando...

Acho mesmo é que estou um pouco triste. Ainda não pude ir ao Teia 2007 e provavelmente nem irei. Sou assumidamente contra esse lance de encontros e festivais! É muita coisa boa em poucos dias, quase simultâneas e quase nos mesmos lugares. É impossível você escolher o mais bacana de se ver. É cruel ter de escolher. E é mais cruel ainda certas coisas acontecerem quando simplesmente não dá pra ir!!! Acho mesmo é que to puta com isso!!

Há um tempo quero escrever sobre os grandes shows que pude ir nos últimos meses, mas alguns fatores de organização mental me impediram. Creio que agora dê ao menos para citar exemplares trabalhos.

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Tive a oportunidade de ir a um show que talvez tenha mudado grande parte da minha visão a respeito da música e de como fazê-la. É verdade que para esses lados musicais desde que conheci, em 2002, a Orquestra Popular de Câmara, vinha tomando-a como referência. Mas eis que me surge em plena quinta-feira, no teatro da minha pacata cidade, a Suíte para os Orixás, uma junção perfeita de um dos meus músicos prediletos, Esdra Ferreira, com o grande flautista e arranjador Mauro Rodrigues. O que se pode dizer? Fico sem palavras. Sério, por isso a demora em escrever sobre.

Em miúdos, foi um sexteto no palco e talvez somente umas 100 pessoas de platéia. Neném (Esdra) Ferreira na bateria, Mauro Rodrigues na flauta, Kiko Mitre no baixo elétrico, Sérgio Aluotto no vibrafone, Ricardo Cheib na percussão e Guda na percussão. Era como se a cada canção fosse a última, assim quase impossível parar de bater palmas. Climas perfeitos, sentimentais, grandiosos e minimalistas. Detalhes, tudo era detalhes e ao olhar para o palco mal sabíamos em quem dar ênfase observativa. Seriam os contratempos da percussão ou os toques leves no vibrafone?! Nem pisquei. Nem pisquei.

No encarte uma breve explicação do que vem a ser o álbum e para cada orixá uma ilustração de acordo com sua personalidade.

"Esta música foi composta a partir de cantos originais de candomblé das nações de Keto e Angola. O material foi recolhido através de Neném, Ogã do terreiro de Santa Joana D'arc. Nas variações, improvisações e desenvolvimentos criados a partir desse material, tratamos de compor uma música que respeitosamente corresponda à identidade de cada orixá e suas relações." (texto dentro do encarte)

*Fica a preciosa dica:
"Suíte para os orixás" - Esdra Ferreira e Mauro Rodrigues - (2006)
"Orquestra Popular de Câmara" - Orquestra Popular de Câmara - (1998)
"Danças, Jogos e Canções" - Orquestra Popular de Câmara - (2003) [infelizmente ainda não pude ouvir ele todo]

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No mês seguinte e no mesmo teatro, também num quinta-feira, só que dessa vez chuvosa, presenciei "Paru" do Carlos Malta & Pife Muderno. Confesso que ao ler a programação do "Sabará Musical - Edição Sopros" [projeto que nos trouxe também a 'Suíte'] me ative a este show simplesmente por conter em sua ficha técnica o nome de Marcos Suzano, o mito do pandeiro.

E fui lá eu crente de que veria ali na frente o cara mais foda dos últimos tempos naquele instrumento precioso. Mas logo algumas músicas passaram, e eu me divertindo bastante, o 'líder' Carlos nos avisou prontamente que Marcos estava lá em algum lugar do mundo passando adiante todo seu virtuosismo pandeirístico e que acá estava um de seus aprendizes, Bernardo Aguiar. Tudo bem, pensei, adoro o som de pífanos mesmo... E num é que dali pra frente esse tal de Bernardo com cara de nerd fez miséria do couro e platinelas?! Arrepiei-me toda! O menino é mesmo bão e tiro o chapéu! Guardei o nome e saberei daqui pra frente, rs.

Mas não só o pandeiro me encantou. Como disse, adoro o som de um pife, de dois ainda... Incrível, incrível mesmo! A musicalidade que pode sair de tão simples instrumentos. Mas não só as flautas de bambú nordestinas permearam a apresentação, às vezes flauta transversa baixo e as duas grandes indígenas, de nome Uruá.

Durval Pereira na sua dança alegre com a zabumba esperta. Foi a que mais me diverti, quase pulei da cadeira pra dançar e as palmas da mão ficaram muito vermelhas de bate-las. Afinal, 'Durval é o bicho!'

Ao fim de tudo lá vem o Malta, só. Agora o tom é sério e é preciso fôlego. Uma breve história a respeito da Uruá e de toda sua significância pessoal. Dedicatórias e os sons, masculino e feminino. Lindo e profundo. De arrepiar e bater muita palma, não menos.

Mas antes de acabar tudo ainda, nós, o público, queríamos mais e mais! O quinteto voltou ao palco e começou um cortejo em direção à entrada do teatro. Tudo ali acústico e à flor da pele. A expressão mais viva do popular, da interação com o público, o mais bacana que poderia acontecer. Muito bom. Nem pisquei. Nem pisquei.

*Fica a preciosa dica:

"Paru" - Carlos Malta & Pife Muderno - (2005)


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Belo Horizonte
Evento: Encontros Musicais - João Donato, Naná Vasconcelos, Juarez Moreira e Toninho Ferragutti
Data: 5 e 6 de novembro
Horário: Segunda e terça-feira, às 21h
Local: Palácio das Artes , no Grande Teatro

Ouvi no rádio que o maior percussionista de todos os tempos iria vir a BH assim, de graça, não pude perder. Tudo bem que tinha muita coisa a fazer de faculdade, mas a oportunidade era única... e gratuita.

Fui lá eu na segunda, com irmã e cunhado. Cada um tocou duas canções solo e as outras junto numa permutação organizada, apesar das confusões de Juarez. Cada um no seu estilo e nuances incríveis. Ao fim, todos juntos, tocaram a minha preferida do Juarez, 'Baião Barroco'. Imagine! Muito bom... Áh, nem pisquei, rs.

*Fica a preciosa dica:
"Bom Dia" - Juarez Moreira - (1989) [Neném e Kiko Mitre estão junto de Juarez já há vários anos no trio Juarez Moreira Trio]
"Sanfonemas" - Tonihno Ferragutti - (1998) [Toninho participou do álbum homônimo da Orquestra Popular de Câmara]
"Chegada" - Naná Vasconcelos - (2005) [Naná também participou do álbum homônimo da Orquestra Popular de Câmara]

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Por enquanto é só, ufah.

terça-feira, novembro 06, 2007

tempo

sem tempo para postar
sem idéia bacana
um monte de coisa pra fazer
aprendi a fazer tapioca
e é muito bom!
ví o naná vasconcelos tocando
nossa...
vai e vem danado
calor, chuva
e tal...

sexta-feira, outubro 26, 2007

selos e prêmios e certificados blogueiros

Nos últimos tempos estão rolando pela comunidade blogueira uma série de prêmios, "As 7 Maravilhas de Blogosfera", "Certificado Blog", o "The Power of Schmooze Award" e mais recentemente o "Este Blog Vale a Pena Conferir". Entretanto, e como é de praxe e regra pra se receber os títulos, não indiquei os blogs correspondentes a cada um. Mesmo por quê não frequento muitos blogs, pois acho que temos de escolher poucos e bons blogs pra ir sempre e realmente interagir com seus autores.

As 7 Maravilhas de Blogosfera foi um concurso para eleger os 7 blogs mais bacanas de toda a net. Foi criado por uma portuguesa e 'vazou' pra outros países, inclusice o nosso querido Brasil. Na época a autora do prêmio cogitou [ou prometeu?] fazer um prêmio especial para blogs brasileiros, pois as indicações para os brazucas eram muitas, mas isso não aconteceu [ou pelo menos, eu não fiquei sabendo]. De toda forma, fui indicada pela maria renata e a amanda bia.


Certificado Blog é um certificado para os melhores blogs do momento virtual. Não consegui descobrir sua origem, mas há blog que cita ter visto esse prêmios além mar, em Portugal, denovo. Mas isso é bom e incrível, um novo tipo de sociedade organizada... rs. Indicada pela jaya.






The Power of Schmooze Award é para 'aqueles blogueiros que buscam um relacionamento, uma conexão social com os outros blogs e blogueiros, gastando um tempinho visitando e comentando nos outros espaços, travando um certo nível de amizade com os outros'. Acho que esse é o que mais condiz com essa Divisa. Indicada pela jaya.



Este Blog Vale a Pena Conferir 'é um presente do Santa Ironia para aqueles que não são apenas estranhos na blogosfera, mas amigos virtuais que também dão presentes, ou seja, os textos que produzem', denovo é cara da Divisa, rs. O criador foi devidamente achado e o link está bem no nome do selo. Indicada pela amanda bia.



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Assim sendo, agora indico os meus 5 blogs [por que a maioria indica 5 mesmo] favoritos para todos esses "títulos" [em ordem aleatória]:
- Vida Pública da Maria Renata
- É Só Saudade da Amanda Bia
- Pensamentos Circulares do Carlos Howes
- Muitos Desenhos da Mariana Massarani

produção jornalística

Livros e pneus, que receita é essa?

Misturar livros com os pneus foi a saída que Marcos Damascena encontrou para colocar em prática seu maior sonho

Num cômodo apinhado de livros de todos os tamanhos, gêneros, títulos e importâncias é que fui recebida numa manhã de sexta-feira, para conversar a respeito do maior sucesso do Bairro Caieira, em Sabará. Refiro-me à Borrachalioteca, uma biblioteca em meio a pneus e muita graxa, em uma típica borracharia.

Ao arrumar as cadeiras e uma pequena mesa para podermos conversar, Marcos Túlio Damascena logo me diz com todo entusiasmo que a Borrachalioteca está entre as 15 finalistas de 1855 projetos inscritos no Prêmio Viva Leitura 2007, que tem o objetivo de estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências que promovam a leitura no pais. Um sorriso largo mostrava tamanha satisfação com a notícia, ainda recente. Eu só pude elogiar.

Marcos é borracheiro hereditário. Seu pai é Joaquim Borracheiro por conta da profissão e foi quem ensinou ao filho o ofício para que os serviços na borracharia pudessem continuar. As coisas andavam sem ânimo e pagar um funcionário estava difícil.

Então, estava lá o Marcos trabalhando com os pneus e pensando nos livros. Daí veio a idéia da biblioteca dentro da borracharia. E além de borracheiro, tornou-se borrachaliotecário por gosto e invenção. E que idéia mais estranha, pensaram as pessoas na época, inclusive seu pai, que foi até contra, no início. Mas ele não se ateve aos comentários nem teve medo. Mandou uma carta à biblioteca pública de Sabará e logo recebeu a primeira doação de 70 livros. Foi o primeiro passo para realizar seu sonho, o de fazer leitores.

Quando criança, a literatura já fazia parte da vida do pequeno Marcos Túlio e seu gosto só aumentou com o passar dos anos e a Coleção Vagalume ia sendo totalmente devorada. Quando os sonhos vieram, sonhou que todos pudessem um dia ter acesso aos livros e que o gosto pela literatura fosse assim tão comum que houvesse leitores por todos os lados com seus livros de baixo do braço.

Eis a Borrachalioteca e o sonho se realizando. Sonho esse que confessa ter quase o engolido, quando já não cabiam tantos livros no pequeno espaço. As doações eram muitas, de todos os cantos e quase que diárias. Amigos, clientes, desconhecidos, todos interessados em abastecer aquela iniciativa que vinha dando tão certo. Pensou em doar tudo pra alguém, desistir dessa utopia, seguir outro rumo, mas resistiu firme à crise, com a ajuda dos amigos e dos leitores, principalmente. Então, um acordo com a Prefeitura de Sabará possibilitou o assentamento dos novos livros de cada dia. Um quarto ao lado da borracharia está sendo alugado desde fevereiro deste ano e tudo pôde continuar seu rumo como havia de ser.

Enquanto conversávamos, um rapaz nos interrompeu. Vinha numa bicicleta com uma mochila cheia de livros, queria fazer uma doação. Marcos anotou seu nome num caderno e estavam ali mais livros para o acervo. Um outro homem veio, pegou um livro e avisou que estava levando e que ele mesmo anotava. Na Borrachalioteca não há prazo pra entrega, e nem ficha do leitor. Segundo Marcos cada leitor tem seu tempo para ler e privá-lo disso é deixar de fazer mais um leitor. Diz ser uma relação de confiança, ele respeita os leitores e os leitores o respeitam e à biblioteca.

Este ano, a Borrachalioteca completou cinco anos de existência, registrou o nome jurídico como Instituto Aníbal Machado e está prestes a virar bem de utilidade publica. O acervo está avaliado em mais de 7000 livros e no novo cômodo já não há mais espaço. Mas, antes mesmo de Marcos ter uma nova crise, as coisas já foram se ajeitando sozinhas. Com ajuda da Mitra arquidiocesana de Belo Horizonte, em breve um prédio de três andares será construído para abrigar a borracharia, a biblioteca, um auditório e salas.

Além dos livros, a biblioteca também oferece, todas as quartas, as “Tardes Culturais” com uma contadora de história, Águida Alves. Faz tanto sucesso que algumas escolas da região já entraram no ritmo e são freqüentes as visitas de Águida nestas escolas. As crianças é que adoram.

Quem quiser visitar a inventiva Borrachalioteca, ela fica na Praça Paulo de Souza Lima, n. 22, Bairro Caieira em Sabará.

quarta-feira, outubro 24, 2007

crônica 'natureza morta'

Me sento num lugar privilegiado, então posso ver a maioria das pessoas que passam. Um cara gordo com uma expressão não muito animadora está sentado sozinho numa mesa redonda tomando um chopp. Sua figura é tão solitária que chego a pensar se ele está tão igual a mim observando os outros ou está mesmo pensando na vida, ou não tem o que fazer, ou sei lá. É alto e o rosto esta num aspecto de muito cansado, seus movimentos são lentos e contemplativos. Chego a ter um pouco de medo a respeito do que pensa, pra onde olha e pra quem dirige este olhar. O que faz ali naquele horário que não está trabalhando ou mesmo almoçando. Eu estou almoçando. Como muito tranquila sozinha no meu canto, assim como a maioria ali, apressados, calmos, de todos os jeitos. Mas esse homem bebe um copo de 500 ml de chopp sozinho, ao meio dia, numa terça-feira, num shopping relativamente movimentado. O que o traz aqui? Por que está sozinho? É aposentado? Está de folga? Sofre de alguma doença respiratória ou cardíaca? Por que me chama a atenção?? Por que quando olho pra ele chego até a pensar se é feliz ou não? Parece um homem frustrado em todos os âmbitos da vida, amorosamente, no trabalho e no futebol. É gordo, deve ter uns 50 anos e relaxado. Roupas de classe média mediana. Os hábitos não posso avaliar, se fica ali assentado o tempo todo. Mas o que passa por aquela cabeça? No que pensa? Por que, ãh?

quarta-feira, outubro 17, 2007

feliz aniversário



Então fazemos aniversário dessa etapa nova da Divisa que começou há um ano. Antes eu tive outros blogs, o Na Divisa [versão #1], o Insetil, o Libélula. Mas desde a criação deste aqui tudo andou muito melhor. Quem sabe muito mais anos nos esperam juntos?

Parábéns pra nós, pra nós todos, rs.

sábado, outubro 13, 2007

abraços

Gostaria de dedicar abraços e beijos para os quatro grandes comentaristas deste blog, destas besteiras que escrevo. Não é um prêmio do tipo que terão de indicar mais quatro grandes comentaristas e nem um concurso de qualquer espécie. Somente mesmo estou externando minha cara de boba e satisfação em ler o que esses quatro escrevem por aqui. Cara esta minha que ninguém vê mas que posso descrever e vocês imaginam, rs.

À Maria Renata, Jaya, Amanda Bia e ao Carlos Howes, um grande abraço! Vocês são demás... rs [aleatóriamente nesta ordem]

coisas ultimas

Coloquei um cd inteiro de samba pra num deixar-me o tom depressivo. 'Samba Meu' da Maria Rita, ainda muito fresco pra se comentar. Pensei em ouvir algo mais descompassado, mas o redondo deixa as idéias no lugar, não de disconcentra.



Ante-ontem ví um filme que a primeiro momento me deixou um pouco indiferente, mas que depois, conversando sobre, ví o tamanho de seu complexo entendimento necessário. Histórias de amor, de amor de verdade que até o mais rude se encantaria. E se encanta talvez mais pela situação em que os personagens se encontram no enredo.


Bubble descreve a bolha amorosa e nada política em que três amigos israelitas vivem em Tel Aviv. Entre festas, bares, amores e desamores Noam, Yali e Lulu vivem sem se preocupar com toda situação política em que seu país passa e todos os problemas da fronteira. Mas enquanto Noam serve em um dos postos de controle conhece num incidente o palestino Ashraf, por quem se apaixona e começa a viver um lindo amor. Entretanto este relacionamento é abalado quando Ashraf, ilegal em Israel, começa a enfrentar problemas com a fronteira e a família.

Um jogo de sensibilidade. Descreveria assim o filme. Para acabar com algum preconceito ou concientizar-se pelos limites daquelas terras. Muito bonito, muito fundo. Só não conto mais da história por que acho que seria bom assitir e não ler sobre... rs.


BUBBLE - Um filme de Eytan Fox, França/Israel, 2006, 117'

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Assisti a esse filme no festival de cinema independente INDIE, que acontece todos os anos em BH. Muito bem organizado e com grandes títulos, infelizmente apenas deu para ver um. Mas fica a dica pra quem anda por aqui.

segunda-feira, outubro 08, 2007

quase tudo queimou

Aqui do lado de casa, quando na minha infância passeava por entre as árvores e brincava no laguinho, que pra mim era enorme e incrivelmente profundo, me sentia completamente feliz. Uma felicidade que me invadia e que durava dias no peito. Me sentia dona daquele lugar, de cada cipó, de cada pedra arredondada que catávamos pelo caminho. Me sentia total conhecedora de seus segredos, de suas armadilhas e belezas. Sabia de histórias e inventava outras pra contar. Eu era amazona, escoteira, índia, nativa... Adorava aquelas tardes inteiras que fazíamos a tradicional trilha carregando um piquenique inteiro em mochilas do He-Man, She-Ra ou o Michey Mouse. Guiados pela pessoa mais doce e gentil que conhecíamos, a gente subia, corria, brincava e era no final do dia que aquela alegria descansava depois do banho.

Foram muitas caminhadas e pés imundos dentro de chinelos mais imundos ainda. O santuário é a Chácara do Lessa, que de uns anos pra cá tem sido mais bem cuidada pelos órgãos responsáveis. Obras modernizaram as coisas e cercaram tudo direitinho. Mas é seca agora e não chove há um bom tempo. A minha mata pegou fogo. Foram de três a quatro dias queimando e eu daqui olhando no meu pouco tempo. E pedi aos céus, mas muita fumaça, cinza e o coração partido.

Primeiro foi um susto e depois dor. Confesso que nem fui à porta ver como ficou, talvez ainda vá. Bastasse eu ter crescido e não viver mais aquilo, mas as crianças de hoje nem terão o prazer de conhecer a minha floresta. Não mais, não do jeito que era. Não do jeito que ela era minha. Apesar de dês das obras as coisas já não continuarem as mesmas, agora tudo piorou.... muito triste.

Espero que às primeiras gota ela se sinta capaz de reviver. A minha mata. A minha chácara. E a cada broto novo sejam novas infâncias, novas lembranças, e que seja de mais um monte de gente. rs

quarta-feira, setembro 26, 2007

o que acontece no mundo

E eu aqui preocupada com meu fiozinho... hoje me balancei outra vez, perdendo o fio. Juro, devo estar em crise! Não sei o que quero, não sei direito pronde to indo, o que vou me tornar. É, tornar, por que a sensação é de que estou me preparando para uma grande transformação. E sei que as coisas não são assim, tudo é um processo na vida e nós somos invariavelmente metamorfoses ambulantes. Mas quando achei que pelo menos tinha achado uma vertente isso é posto em dúvida. Áhhh, vontade de num ter de viver em sociedade e suas regras comportamentais e etc.. aff... E eu aqui pensando todas minhas abobrinhas e o mundo fervendo lá fora.

Algumas ossadas de pré-adolescentes achadas por aí em matas. Em Betim um caso que acompanhei desde o inicio. Na Inglaterra pais são suspeitos por morte de filha. No Rio, muito mais recente, crueldade sem explicação. Sabe lá em quantos lugares e quantas crianças fazem parte de histórias similares... Isso me arrepia profundamente, da cabeça aos pés.

Aulas fora de classe. Nenhuma vontade de ir. Nenhum tesão pelo assunto ou o processo pelo qual vamos trabalha-lo. Teorias embananantes, mas super interessantes.

Muito sono. Coisas acumuladas. Desejos não saciados. Vontede de ir, vir, voltar... calma...

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Mundo suspenção
Suspiro pra freiar
forte ímpeto de correr
como doida pra me safar
satisfazendo o desejo quieto
quase adormecido dentro do eu
exatamente por que
quero mas não posso
poder não nada fazer.
Suspiro pra esquecer
este mundo de doer
deitado sobre a cinza
carbonizada de um futuro
fraturado, impassível
inócuo mas certo
compacto e próximo.
Suspenso-me pra poder
parar e observar
oculta quem se aproxima
apropriadamente sorrateira
sorrindo e rindo baixo
barrando minha percepção
pra poder me pegar.
Suspensa me resguardo
respirando fundo
ficando quieta
quase um túmulo.
Espero o tempo e
ela vai por enquanto
embora bem sei
sempre volta,
vem um dia pra ficar.

domingo, setembro 16, 2007

you need it, do it.

"É preciso dar vazão aos sentimentos", eu gosto dessa frase... rs

sexta-feira, setembro 14, 2007

pronde foi tudo?

Não sei nem por onde começar, e talvez seja esse mesmo o ponto. Não começar nada e continuar simplesmente como antes. Mas no mínimo é um pensamento broxante... Imagine ver-se à frente novidades além e ainda assim querer ficar na passividade do não movimento? Avante minha filha! Mova-se.

Confesso ter sentido pelos últimos tempos uma sensação de finito, de sem saída, de cansaço, de estafo. Talvez por ter passado pelo término de atividades incríveis ou por estar nos limites de certas situações. Não sei delimitar, não sei dizer. Mas agora tenho que dar rumo. Tomar um caminho não definitivo, mas decisivo. Novos projetos, novas pessoas, novas idéias, novos lugares. Aproveitar as espontâniedades das coisas e deixar de bobera. rs

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Hoje estive conversando com um amigo e nós discutíamos o rumo das coisas do mundo. Pretensioso? rs Éramos divagadores apenas. Mas com toda essa essa nova idéia de responsabilidade planetária. Cuidar do mundo, do meio ambiente, do social... Isso acaba conosco quando há análise. E uma das breves conclusões é que estamos lascados de verdade e sabe lá até quando a humanidade vai aguentar tanta mudança do mundo. Digo, somos totais responsáveis pelas mudanças, mas somos também as principais vítimas a longo prazo. Meu, que falta de planejamento... rs. É até irônico. Tanta gente planeja uma carreira, uma família e num tá nem aí pro futuro ambiental dessa bola no espaço. É irônico e não tiro meu corpo fora. Estou aqui colocando meus bofes mentais e poderia estar prestando algum serviço útil a tanta gente que necessita. Mas às vezes penso que sou da classe intelectual do movimento, e isso me conforta e tira a sensação de invalidez. Mas como ia dizendo, muita gente [a maioria delas] num tá nem aí pro futuro que nos aguarda, para onde estamos caminhando. E quando falo dessa gente, falo dos bonados, dos detentores de poderes políticos ou econômicos que regem a sociedade capitalista. ...

Falando nestes e de sua falta de responsabilidade para com as futuras gerações, chegamos a tal ponto na conversa que uma consideração foi feita. A todo momento as pessoas questionam por que da juventude atual não se interessar por política. Por não temos militância nas universidades e não sermos politicamente ativos, participando de partidos ou em campanhas eleitorais. Me perguntei se isso é realmente uma realidade da maioria. Então pensei nos jovens de 1960 e toda sua revolução contra a ditadura e todo o engajamento político e revolucionário... Esses mesmos jovens, ou muitos deles, são os sessentões de hoje e que têm poder junto à política atual. Ministros, deputados, jornalistas, empresários. São os militantes heróis de outrora nem um pouco preocupados com o futuro do planeta. ... Uma consideração sem profundidade ou estudo científico, mas uma consideração. A pensar...

Me pergunto qual meu papel nesse mundo. O que faço é só mesmo falar sobre os assuntos ou mostrar algo mais profundo por meio da arte. Ainda acredito que a arte pode libertar as pessoas [e aí me lembro da 'teoria crítica'] e que é só questão de popularizarmos algo realmente bom e não simplesmente fast food. Sei que não é fácil e nem sei se posso me por a encargo de, mas faço o mínimo, ou o máximo que posso.

...

terça-feira, setembro 11, 2007

nem vem que num...

eu ia escrever algo tal qual sentia, ou pensava. mas agora desisto por não querer que qualquer alma viva leia meus pensamentos. nem vou dizer por quê desisti de escrever nem muito menos o que, ou sobre o que iria escrever. penso um monte de coisas e isso se acumula, isso é certo. e tem hora que isso tem que sair. não, não estou puta. mas também não tão passiva. na verdade também não direi como estou. quanto atrevimento querer saber isso. só digo assim: se há um, há o oposto. e se permanece desse jeito, seja lá como for, há muito tempo às vezes pode ser que dure pra sempre. mas veja lá, às vezes. a certeza é uma burrice. quantos ditados populares existem por causa disso? nem sei dizer e nem é preciso. eu só queria dizer justamente o que não mais quero. que fique subintendido ou nem isso. neste momento nem é minha inteção me fazer entender. só espremo tudo num coador valita e vejo o que sái de lá. às vezes nem açúcar. eu só queria cortar meu cabelo e me enchergar renovada. talvez perder peso até. e me lembrar que meu pai tinha razão quando falava de gilberto gil. justamente foi assim. adriana do calcanhar sabia de tudo o tempo todo e nem pra avisar. e o pior é que avisou e eu até decorei. então como explicar-me? fica assim, no ar. por que já disse que num vou dizer nada! só isso pra me aliviar.

quarta-feira, setembro 05, 2007

dialogando

_ eu não me permito tanta coisa. me perdi no caminho.
_ calma, tem volta. solução...
_ queria ser criança de novo. dizer o que vou ser quando crescer.
_ eu gostava de colorir. coloria tudo. meu caderno era tão caprichado. (rs)
_ por quê está rindo?
_ é bom lembrar...
_ lembra de lêpotéca?
_ não. essa não sei mais.
_ você tá tão velho.
_ temos a mesma idade.
_ eu lembro de lêpotéca!
_ mas num lembra de outras coisas...
_ como o quê?
_ de como brinca roba-bandeira, por exemplo.
_ eu sabia... (rs)
_ (rs)

...

_ o tempo passa rápido. a gente nem aproveita.
_ o pior é esquecer tanta coisa bôa.
_ inevitável. tem tantas outras coisas pra se guardar na cabeça...
_ até a gente começar a esquecer essas também. (hahaha)
_ é (hahaha)


[não consegui acabar esse diálogo...]

domingo, setembro 02, 2007

GRAND FINALE

Nesta sexta e sábado acabamos de acabar a turnê MBC 2007 com a peça "Hypólita - uma história de amor".


Sexta, 31/08/2007. Pedro Leopoldo.

O dia todo por conta da noite. Calor demais, calor demais. Tudo pronto cedo, e como de costume. Apresentação em horário tradicional. Primeira cena e já estão rindo. Que maravilha!! E então as coisas correram. Sem perder a linha nem o ritmo. Tudo ótimo.

Desmontagem e um jantar bacana no restaurante bacana. Comida gostosa e musica ao vivo. Bacana, mas muito sono... Dormirrr.

Sábado, 01/09/2007. Belo Horizonte.

Já de manhã bem cedo saídos de Pedro Leopoldo fomos rumo à praça Duque de Caxias no Santê. Sol, muito sol. Montagem mais cedo por causa da mudança de horário especial. Almoço no Bolão. Passagem de som debaixo de sol escaldante. Cantora com problemas na voz. Tudo meio rápido demais. Tudo bem, tudo pronto. A programação estava para começar às 17:30, mas por motivos não esclarecidos para comigo, começamos mais tarde.

Primeira cena e alguma dispersão. Aos poucos o público se interessou. Amigos e parentes na platéia, quanta responsabilidade! Minha perna custou a parar de tremer... Mas tudo certo, tudo ótimo.

Depois alguns cumprimentos e abraços. Tudo muito bom e a sensação de tarefa terminada com sucesso. Então o show do Paulinho Pedra Azul. Esperamos que acabasse para podermos desmontar.

Desmontamos tudo e tivemos ainda que esperar muito pelo transporte do nosso equipamento... Por eu passei muito mal e não pude ficar nem para a despedida da turnê com o grupo. Mas vamos marcar ainda um dia em que todos estarão aptos pra tomar umas... e outras.

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Foram ao todo 13 cidade mineiras, de leste a oeste. Viagens longas, viagens curtas. Poltronas macias, travesseiros altos, colchões de mola e cansaço. Resfriados e dores de cabeça. Pé cortado, tijolo quebrado, cadê o retorno, fim. Acabou os jantares tardios e a procura incansável pela nota 'série D'. A fome e vontade de fazer xixi antes dos espetáculos. As montagens apressadas e as folgadas. Maquiagens e resas. Acabou dança afro e cidadão planetário. Acabou "por hora, senhor meritíssimo"! Pois, mesmo sem saber quando, voltaremos ao mesmo diário...


Nós da Cia de Yepocá agradecemos a todos que trabalharam para que tudo desse certo, pra mostrar que o sorriso é a melhor terapia, pra falar que o mundo ainda tem jeito se cuidarmos bem dele. Agradecemos ao Banco Mercantil do Brasil e à ArtBhz Produtora pela oportunidade. Agradecemos aos profissionais de backstage que fizeram tudo acontecer. Agradecemos aos colegas de turnê pelo companheirismo.

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"Hypólita - uma história de amor"

Ficha Técnica e Artística:

Concepção geral, dramaturgia e direção :__ Bruno Godinho
Assessoria jurídica (dramaturgia) : __ Humberto Leandro Melo de Sousa
Assistência de direção, preparação corporal : __ Débora Vieira
Direção musical : __ Mariana Lima

Elenco :
- Bruno Godinho
- Camilo Rocha
- Fernanda Linsk
- Juli Buli
- Gal Carvalho
- Luísa Goreti
- Mariana Lima
- Welington Sabino

Trilha sonora original : __ Bruno Godinho e Mariana Lima
Programação visual, concepção adereços e figurinos : __ Juli Buli
Concepção cenográfica : __ Bruno Godinho e Juli Buli
Confecção adereços e coordenação cenotécnica : __ Camilo Rocha
Cenotécnica : __ Nilson Santos
Iluminação : __ Henrique Machado
Coordenação de produção : __ Luísa Goreti

Produção e Realização : __ CIA DE YEPOCÁ



Este foi o último post sobre a turnê MBC 2007 da Hypólita, mas espero poder em breve escrever mais sobre ela e suas andanças.

quarta-feira, agosto 29, 2007

por onde

onde anda?
me fazia sorrir
me sentir bem comigo mesma
mesmo sem saber o que era.

onde você se escondeu?
procuro
por trás das portas
entre as cordas

por onde ando
pra onde olho
tudo falta cor
calor

algumas notas me fazem acreditar que algo continua em mim
algo tão forte impossível de sair
mas me perco e logo esse vento de chuva leva o mínimo cheiro
sensação de que vai tudo cair, de que vai tudo sair por aí sem voltar

cebola alho
sal e óleo
fogo água
vinho e pão

onde fui parar
qual cor do mar
pronde devo olhar
quando posso sonhar?

tomo um gole d'água
tomo um banho enorme
queria ter uma banheira de malte
queria ter em quê me agarrar

o trabalho pouco me anima
o conhecimento tão pouco
saber não me faz mais feliz
não é o que quis pra mim

o que é isso?
é algo em que possa ser?
ou ficou subjetivo?
tudo é tão sem porquê...

pronde foi
quando vem
esse transito não faz bem algum
e 'tudo que vem é pro bem' ?

show da fofoca

E foi tudo ótimo.
Alguns problemas prévios com equipamento de som, mas tudo no lugar e som passado e regulado.
Um pouco devagar pra pegar clima e fazer com que cantassem junto. Os amigos reunidos nas mesas à frente... Algumas clássicas, outras de arranjos inusitados. A galera gostando por fim, meio, até a última. E foram tantas ultimas até que meu cérebro já não obedecia nem aos meus próprios comandos tão bobos. 'Ode to my family' e finito. Meu deus! Horas a fio e o êxito de gostarem e quererem mais e mais. Fica o gosto.


Em breve mais...
Fofoca Erudita

domingo, agosto 12, 2007

show


Show da Fofoca Erudita no Bar do Porão, em Sabará.
(R. São Pedro 102, Centro - 3671.1752)
Dia 25 de agosto, sábado.
Vai começar às 21h e varar até o bar fechar.
Entrada Franca.


Dessa vez a Fofoca convida Tiago Reis.
Ex integrante da banda e grande amigo, atualmente Tiago é guitarrista da banda Trianon.

O repertório é levemente misturado, indo do bom rock ao samba canção de melhor qualidade. Arranjos simples e descontraídos como numa conversa de bar. Canções próprias, atuais e de outrora. Tudo simples e muito bom.
A Fofoca Erudita é minha banda.
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Pra quem não sabe Sabará é vizinha de Belo Horizonte, 15 km de distância.

mudança de datas

Por motivos maiores da organização, os espetáculos Hypólita - uma história de amor nas cidades de Pedro Leopoldo e Belo Horizonte mudaram de data.

Fica assim:
31/08 - Pedro Leopoldo
01/09 - BELO HORIZONTE [Pç Duque de Caxias - Bairro Santa Teresa, 17:30h]

Em Belo Horizonte terminamos a turnê Mercantil do Brasil Cultural 2007, que já passou por 11 cidade mineiras emocionando muita gente. Depois disso vamos à procura por outras oportunidades.

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Quarta Semana
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E pronto, a turnê de Hypólita está no fim. As viagens pelo menos acabaram-se. Dias 7, 8 e 9 de agosto estivemos em Barbacena, Conselheiro Lafaiete e Congonhas, na ordem. Alguns imprevistos, mas no final das contas tudo certo.
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Segunda feira, seis de agosto de dois mil e sete. Pude almoçar em casa pois a viagem era curta e sairíamos às duas do Espaço Yepocá. Tudo certo e fomos para Barbacena. Que cidade grande, com transito complicado, muito carros e ruas estreitas. Hotel em frente à praça da apresentação. Tudo certo tudo ótimo. O resto de dia tranquilo. Jantar no restaurante ao lado do hotel, que comodidade!
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Terça e a manhã foi com o sono muito rápido. As coisas montadas e o dia escorrido. À noite as coisas correram fluidas e um pouco estranhas por ter tido tanto tempo sem ensaios. Mas pela improvisação, as coisas que estavam fora da memória foram inventadas.
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Quarta e fomos já cedo para Conselheiro Lafaiete. Chegamos e fomos direto conhecer a praça, que foi uma no alto da cidade onde habita seu Cristo de braços abertos de muitos metros. Almoçamos e fomos pro hotel. No horário já habitual fomos passar o som e ficar para a noite direto. Começamos o espetáculo e logo na primeira cena um imprevisto. Pouca manha para improviso nessas horas nos desestimulou temporariamente, mas que público! Concentrados parece que nem perceberam o erro... rs. Continuamos e quando o meio vinha a chave de luz do lugar caiu. Putz! Arrego, cagaço! A energia foi muita para a antiga chave. Mas a equipa, uma incrível equipe!, conseguiu ligar algumas luzes e os microfones. Entretanto tudo voltou meio desregulado, o que resultou num engodo artístico, pelo menos para a trupe. Luzes e retornos desregulados e canções desafinadas, descompaçadas. Arrego, cagaço! Mas que público! Maravilhos e compreensivo, nem um piu. Acabamos aos trancos e a energia no final meio atordoada. E como diz um amigo, "tudo que vem é pro bem". Deixei estar.
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Quinta e rumo a Congonhas. Sono, cansaço. Cidade bonita e escondida. Lugar incrível para a noite. E daquele jeito, dia corrido, descanço escasso, montagem, espera. À noite um clima perfeito. Interação perfeita. Sem muito a dizer, o espetáculo foi ótimo, um dos melhores. A platéia, o lugar, a equipe, a companhia. Tudo leve e gostoso. O que foi de errado no dia anterior, foi de certo neste. ... Jantar com boa parte do pessoal, descontração e dormir muito, muito tarde.
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Sexta e volta à capital. Viagem tranquila e despreocupada. Depois ainda um ensaio de outra peça da Yepocá. Bacana demás. E enfim casa, doce casa.

Saudades dessa bagunça toda que é viajar com essa galera. rs
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A peça Hypólita - uma história de amor da Cia de Yepocá foi patrocinada no processo de criação pelo Banco Mercantil do Brasil e está inserida no projeto Mercantil do Brasil Cultural 2007.

terça-feira, julho 31, 2007

elsa & fred

Ví essa película há alguns dias e enrolei para comenta-la até ainda.
Um senhor, uma senhora. Ambos sós. Mas por pouco tempo... rs.
Depois de assisti-la um momento de ternura me arrombou o coração sem poder nem segurar um "ai que lindo" à plateia ao lado. E se minha velhice eu pudesse escolher que eu fosse como Elsa, mas dizendo a verdade estou mais para Fred...

Eis um boa visão de 'melhor idade', lição de vida [por mais clichê que pareça a frase!], mas um amor de história com certeza! Incomum de se ver nas telas. Gracioso e tão alfinetante. A velhice é algo que se vive realmente hoje. Digo, nossas espectativas de vida aumentam a cada ano. E ser velho não é brincadeira... Ái Elsa, que saudade já.

Sobre a história nem vou comentar, deixo-lhes o encardo de conferir. Só aviso, não desiste se nos primeiros 20 a 30 minutos for meio chato. A trilha sonora é linda. Os atores surpreendentes. A fotografia, tudo... um gosto.

Elsa & Fred

segunda-feira, julho 30, 2007

Declare independence and make your own flag!


Seus trinta e três anos se afogam na água da bacia onde mergulha a cabeça toda manhã. Água gelada como o orvalho. Ali foge do mundo da casa, da família.

Seus trinta e três anos acumulam na barriga quando assiste o jogo na tv 29 polegadas. Ninguém toca no celular. O cheiro de carne moída da cozinha. O chinelo arrastando casa afora. Rosca de leite com café quente. Idas no supermercado e feira.

Seus cabelos ralos de trinta e três anos descem ralo abaixo. Banho demorado. Sabonete branco. Creme de barbear e leite de rosas. O mesmo pentiado.

Seu suor é de trinta e três anos. O futebol cada vez mais exigente. Colegas mais novos. Bolas mais novas. Gramado artificial. Sem torcida. Carro sem carona.

Viver com os pais é xadrez e chinelos. Sofas antigos. Quadros velhos. O de sempre em trinta e três anos.

Volta declare independence Björk

sexta-feira, julho 27, 2007

what i'm listening...


Silverchair - 'Reflections Of A Sound'

Silverchair - 'All Across The World'

[prefiro o ao vivo que o clipe, que é, digamos, desinteressante, pelo menos para mim... mas quem estiver muito curioso: clipe]

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Aproveitando a deixa, Young Modern, o mais novo moderno do Silverchair; faixa por faixa:

O álbum abre com Young Modern Station nervoso como o tradicional Silverchair pesado e melódico. Boa de se ouvir num dia em que esteja puto com alguma coisa, de preferência num dia de sol e que te dê ânimo de pular e bater cabeça, mas só um pouco, ok?!

Straight Lines é o single cheio de uhus e pianinhos bem salientes. Um pouco grandiosa, serviria para um mega show com fontes de água que subiriam nos altos da canção. Gostosa para dançar sozinho num dia normal.

If You Keep Losing Sleep é uma das mostras do que Daniel Jones pode fazer com uma orquestra atrás de si. O arranjo é incrível. Daria certo pra um filme de espião. Sinistro e lindo. Incomoda nas mudanças de tempos, mas perfeito nas transições com a voz anormal de Daniel, os xilofones e tarol.

Reflections Of A Sound é pra te pegar de primeira. Ouvindo junto da pessoa amada pode rolar uns amassos e beijos apaixonados. Balançando a cabeça de um lado pro outro ou grudado em quem quiser. E pra finalizar a última especialização de Daniel com seus uhus... É de ficar com um sorriso de fundo.

Com três atos Those Thieving Birds tira a obviedade das coisas, assim como Tune In The Brine do Diorama. Um orquestra incrível novamente fazendo as nuvens por onde andam Daniel e os passarinhos. Com um clima e o vento levou passando para um iupapa de um rock redondinho transformando depois para um novo moderno espinhoso. Completo e incrível. No final amável como um vôo suave de pássaros.

That Man That Knew Too Much é um rock gostoso. Pode estar bêbado ou não, vai curtir como deve-se. Me lembra algo das mandas de rock dos anos 70, cheia de sedução e tal. Mas as melodias não ficam pra trás e ainda tem uhus.

Wainting All Day é quase o embalos de sábado à noite da cadeira de prata. Bom pra bailes de debutantes ou festas da época de ouro. Redonda e doce como um brigadeiro. Dance colado nele ou nela. Declare todo seu amor e aproveite. Caberia numa trilha sonora de um desses seriados teens quando os relacionamentos se resolvem ou não, normalmente é sempre no final dos episódios.

Mind Reader é o rock mais rock. Mais 70's e é isso ai! Encaixaria para aqueles que curtem um rock com cerveja. Coloque no último volume e pule e gaste energia bastante!

Low são os besouros sentimentais. Um rock tradicionalmente balado. Também caberia num seriado teen. Os uhus denovo e pianos salientes e solinhos de guitarra bem suaves. Pode lembrar algo dos arranjos do Kid Abelha.

Insomnia é enérgica para dias ensolarados e toda energia para acompanhar os vocais. Itens eletronicos fazem ser quase para boates. Não me encantou mas cabe perfeitamente no set list.

All Across The Word é daquelas que te tocam mesmo sem entender nada da letra. A orquestra complementando tudo, o coral no refrão, as vozinhas de criança e as palmas quase imperceptíveis. A liberdade toda ali, parece que tudo vai acontecer na canção, Daniel faz o que quer e fica incrível. E o refrão é aquilo que todo mundo tem que aprender na vida... irônico por alguma obviedade.

Mesmo sendo uma crítica não profissional e feita por alguém tão passional vale a pena pelo menos testar. Ouça arrumando a casa, fazendo caminhada, tomando banho ou folheando uma revista. Seja como for ao menos duas ou três canções te cativam.

* nota de rodapé : Há muito tinha dito aqui neste espaço que, na época, se algo poderia me surpreender ainda este era o Barbatuques. Com essas palavras fiz críticas virem à tona e tentei algumas vezes, talvez em vão, explicar-me. Faço-me agora. Época, fase, tudo isso vai e vem e nós achamos as coisas e dizemos "com certeza". As músicas, pessoas e os dias continuam me surpreendendo e tomara que sempre seja assim, pois quando não for, e não sendo fase minha, estarei tristemente nos finalmentes. Digo não só por que Young Modern me surpreendeu mas para não ficar sem dizer, e mesmo que já seja tarde.

domingo, julho 22, 2007

madure


"Não sei dizer o que sinto". Essa frase era tão recorrente no seu vocabulário que quase não sabia dizer outra coisa quando pressionado. Foi a última coisa que disse quando foi vê-la na última folga. E por mais que seus olhos enchessem d'água não derramou uma única gota. Ela não pôde fazer nada além de deixa-lo ir sem nem mesmo discutir aquilo tudo. A porta se fechou e estava pro mundo novamente. E seria mais fácil se ele soubesse o que sentia, mas não estava mentindo, a mente num rebuliço e a pessoa totalmente sem rumo.

Quando jovem sabia que o mundo era tão grande e de tão grande teria muita coisa pra fazer durante toda vida, já que sairia por aí viajando e conhecendo tudo. Tinha seus vinte e pouco anos e já sabia de muita coisa. Era valente e sabia como lidar com as adversidades. Tudo quanto fosse problema ele sabia como resolver. Aspirinas na mochila, um pouco de uísque e pé na estrada. Tinha dias porém que aquele fervor todo baixava o faixo e como de clarão o vazio vinha forte e impiedoso. Noites em claro. Sonhos conturbados. Vazio. O que fizera da vida até ali num tinha trago ainda a satisfação de viver por viver. E o que devia fazer ele não sabia. Tamanha energia e valentia não lhe serviam de nada agora. Completamente solto no ar. Completamente só.

Se lembrou então um dia das coisas que deixou para trás. Um quarto bagunçado, um pai ranzinza, uma bike manca, livros e partituras e algo do qual nunca se esqueceria, ela. E era por ela que não dormia. Ou era isso que entendia. Entretanto, e como que por encanto, percebeu como a vida o via. E amarrado no emaranhado do amadurecimento se encontrou. Responsabilidades, dinheiro, jogos de interesse. A juventude por onde andara?! Se esvaía. Por aquele buraquinho chamado tempo...

Realmente não sabia o que sentia. Ou talvez não sabia o que fazer da vida. Ou era a vida que fazia dele o que queria. Com o coração na mão respirou fundo. Os pés gelados não o impediriam. Cento e oitenta graus e a campainha. Um novo rumo e pronto, se encontrou no que sentia.

d*_*b .: Seal_"you ar my kind" [in seal's winamp set list]

sexta-feira, julho 20, 2007

. l u t o .



17/07/2007 . 19h . SP . TAM . vôo JJ 3054 . Airbus A320 . 190 vítimas fatais

. em respeito àqueles .

domingo, julho 15, 2007

ai lua mua

talvez tenha cansado de mim
ou cansado de todo mundo
mas isso é menos provável

o mau humor
a irritabilidade
coisas da lua

mas a lua muda e eu a mesma
sem querer o mundo
querendo tudo

faço nada do que sonho
é o medo?!
sonho num pode ser real,
se não...

há planos de todos os planos
mas, para tanto nada faço
só planejo

será eu?
será o que?
essa lua que me pegou em cheio...

terça-feira, julho 10, 2007

dicas

Uma das dicas do blog do Howes é "I'm from barcelona"... gostei. rs

comprei um pandeiro

O título já me diz, comprei um pandeiro! Fui no Mercado Central de BH e comprei o pandeirinho de couro sem regulagem numa loja de instrumentos afro-brasileiros destinados a capoeira. E to aprendendo com Marcos Suzano pelo you tube e dvds do Gilberto Gil... É muito bom. Prum gostinho, bem rapidinho, segue a seguir os seguintes:



quinta-feira, julho 05, 2007

novas

Minha mais recente aquisição sonora é Disco Paralelo do Ludov.

Não quero deixar enraivecidos os fãs nem a banda, mas devo falar minhas considerações de primeira vista a respeito. Ouvir Disco Paralelo foi como ouvir Quatro dos Hermanos depois de viciar-me em Ventura e Bloco. Meio banho de água gelada no verão ou morninha no inverno. Pode até agradar em alguns momentos, mas no todo é incômodo por ser insosso, sem graça, desernégico. Me pergunto, a depressão pegou esse povo? Ou é uma crise do diet/light?! As guitarras levemente pesadas e os ritmos enérgicos pra onde foram? Vieram baladinhas de se ouvir antes de dormir ou quando se sente muito só nesse mundão. As letras continuam boas, menos despreocupadas acho. Mas onde foi parar aquele Ludov bacana que eu gostava? É isso né... mas continuo ouvindo-o paralelamente.
[vamos salvar a "Urbana", sim, isso é aquele Ludov]

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O 'concurso' 7 Maravilhas da Blogosfera deu o que falar no mundo blog. 461 bloggers votaram. 2043 blogs votados. E tudo isso sem qualquer prêmio para aquele ganhador. Somente mesmo o prazer de indicar o seu blog favorito e torcer para que seja favorito também de muitas outras pessoas, ou pelo menos que isso possa divulga-lo por aí.

O mais peculiar dessa história é que este evento virtual foi idealizado por uma portuguesa para que essa escolha das sete maravilhas ficasse em território cibernético lusitano, porém vasou pelo mundo e foi parar no continente americano além dos visinhos espanhóis. E como as votações brasileiras foram muitas a '100 sentidos' resolveu criar a categoria "7 maravilhas da blogosfera brasileira" assim como uma categoria para os espanhóis.

E isso tudo me veio tardiamente a saber. Não deu tempo pr'eu fazer minha votação oficial, portanto não pude divulgar os colegas e falar do meu gosto blogueiro. Vai aqui minhas sete maravilhas:

muitos desenhos _ da sem fronteira mariana massarani
vida pública _ da decidida maria renata
pensamentos circulares _ das boas dicas ala Howes
protozoário _ poético e profundo
eh só saudade _ da amanda bia e seus sentimentos
eduardo albini _ e suas cores vivas
desova diária _ a crítica bad trip

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Novo meio auditivo na net é o Mondo 77 fm.

É um site de relacionamento entre artistas, bandas e ouvinte. Com comunidades, redes de contato e até radios on line. Lá você pode ouvir canções gratuitamente, fazer o download de algumas, fazer sua prórpria rádio, ver a agenda de show das bandas cadastradas. E qualquer um pode ter acesso a isso tudo, inclusive as bandas e artistas que quiserem disponibilizar suas músicas no site, pois não precisam ser vinculados ao selo Mondo 77.

Lembra-me nossa querida Trama Virtual com toda sua acessibilidade. Mas tem mais recursos como um site relacionamental ala my space ou mesmo um orkut com musica. [nem tanto, rs]