segunda-feira, setembro 29, 2008

Fórceps e 4

Algumas mudanças na minha vida estão sendo primordiais. Talvez por algum tempo deixe um pouco de lado este espaço. Mas não antes de escrever e descrever aqui o que foi por mim vivido nos últimos tempos... rs.

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Há um ano nascia um coletivo na minha querida Sabará City. O nome desde já mostrava seu caráter adverso ao estilo sabarense, Fórceps. E quem começava tal jornada eram velhos conhecidos meus. O que ninguém acreditava, ou esperava de fato, era que o Coletivo Fórceps iria dar certo e abrir portas antes nunca imaginadas na cena local.



Manolo's Funk

Foi com um evento pequeno e tímido que as atividades começaram em 2007, a primeira edição do Festival Escambo. Muita chuva, um lugar apertadinho e um público ainda um pouco perdido. O Escambo I não conseguiu nem dar idéia do que viria acontecer meses depois. Foi quando realizou em praça pública o Minas Instrumental, donde saiu umas das revelações da música instrumental dos último tempos: o 4.

A banda é formada por amigos meus, que apesar de terem tocado durante toda a vida em outros projetos sempre senti certa insatisfação por parte deles na música. Depois de vê-los tocar pela primeira vez, logo percebi que nascia ali um grande projeto, profissional ou até mesmo de vida de cada integrante.



Então a segunda edição do Fest. Escambo aconteceu recentemente ali na praça do coreto, no centrinho de Sabará. Foram 2 dias (20 e 21/09) de programação com palestras, reuniões e shows. Cinco bandas, cada uma de uma cidade e todas ligadas a um coletivo, se apresentaram durante todo o domingo, revolucionando o hábito domingueiro dos nativos que passavam pelo local.

4



O rock, o rap... a boa música reverberou nos ouvidos de toda a galera e rendeu muitos elogios. Mas esse texto na verdade nasceu por causa do estrondo 4... Foi o auge do dia, já diziam os Gomas. Todo mundo parou pra ouvir apesar da chuva que ia e vinha. Os meninos estão muito bons e cada vez melhores. Não perdem pra ninguém em todos os quesitos da boa música. Mas digo aqui não comparando só à música instrumental, mas à boa música da atualidade. E eles merecem.


Para terminar, vão aqui uns elogios pra galera do Fórceps que estão se superando cada dia mais, rs. Valeu galera por fazerem acontecer boas coisas por aqui e aí...

terça-feira, setembro 23, 2008

hásão

é assim
sempre falta um ás
uma grama de atração
uma vírgula de ão

o que há
hão de ser em vão
em paz
um pão

pode ser
nada má
ser mão
de cá

quanto falta
e eu na maré
só de esperar
com dor no pé

terça-feira, setembro 16, 2008

Sou nóS

É certo que a sensibilidade e a incrível inventividade melódica de Marcelo Camelo não são nenhum mistério. Não é assim a toa que o moço é consideradíssimo por todos um grande compositor e tudo o mais. Não acho ele um gênio, mas é realmente incrível! Dá até inveja, rs, aquela da boa sabe.... rs.

Sou é seu novo cd, ou será que seria nós?... uhm, mais uma boa tirada. E mais, está disponível em parte nesse
endereço, gratuitamente. Adoro essa coisa de disponibilizar música gratuitamente pela net...

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Sou parece uma carta de férias no Caribe ou no Rio... Daquelas que mandamos pra alguém que gostamos demais enquanto vivemos um momento pulsante na vida. É um sorriso calmo no rosto sereno com gosto de limonada geladinha no beijo. É aquela dorsinha de solidão de fim de tarde com cheiro de chuva. É um assovio solitário numa caminhada pelo parque olhando os pés passarem por meio-fios e gramíneas verdes. É um abraço gostoso e revigorante com uma lata linda de biscoitos amanteigados...

Marcelo parece leve, sem amarras de qualquer categoria. Mostra-se todo. Pelado. Parece o amor, assim sem protagonista, só o sentimento. Mesmo a solidão não abala o coração nem o afunda na depressão. Apesar de dizerem que é um disco depressivo... não. É aquela solidão normal, inerente, que todos vivemos um pouco. Aquela de escrever poesias sozinho no quarto escuro e comer uma barra inteira de chocolate ao leite. Seu violão está mais violão que nunca... uma graça. Uma pena é às vezes pouco se ouvir a voz dele, ficou baixa demais em alguns momentos.

Hurtmold é sutil e na medida necessária para emocionar a mais cândida das almas tolas desse mundo, rs. Já conhecia a banda de anos e anos atrás, mas me esqueci dela durante muito tempo pra me surpreender novamente agora. Lindos timbres e um jeitinho de balanço que me faz quase chorar. Parceria gostosa como goiabada cascão e queijo canastra. Doce de leite com queijo e coco...

A participação de Mallu é lindinha demais, quase do jeitinho que ela parece ser na vida real. Aliás, parece maduro demais pruma menina de 16 anos que gosta muito de folk e tem um voz linda pro inglês. Parece não ser a Mallu que canta Tchubaruba, parece ser uma moça cheia dos amores passados na vida. Mas, sei lá, só parece, rs.

Dominguinhos é, como sempre, incrível. Sou fã e a-do-ro acordeom. Simplesmente. Assim como os próprios Dominguinhos e Camelo.

Sabe aqueles suspiros? Ahh... de se dar durante todo o disco (apesar d'eu ter ainda somente as 10 faixas livres da net, mal posso me segurar de vontade de ouvir o resto, rs)...

Próximo passo? Vou ali colocar o som bem alto (alto) na sala de estar e afastar os móveis pra dançar daquele jeito meio desengonçado, o mais gostoso... e comer uma barra de chocolate ao leite com castanhas do Pará, rs.

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Pra finalizar? Escolhendo um hit? ... uhm... um não, dois! “Menina Bordada” e “Mais Tarde” E um grande abraço de parabéns pro Marcelo e Hurtmold! Valeu!!!

segunda-feira, setembro 15, 2008

Papo pop, pra lá e pra cá...

Se entre olharam...

- Desculpa, mas não desce.
- Faz uma forcinha.
- Num dá pra engolir!
- Mas por quê?
- Não sei... deve ser aquele olhar de peixe morto... ou a bichesa que não sai pra fora...
- Ái, quanto preconceito!
- Preconceito que nada! Só acho ele um bocado arredio demais, forçando amizade. Não é do tipo de gay que eu e dou bem...
- E todo bicha tem de ser extrovertido?
- Não! Mas ele me irrita... rs
- Na verdade também nem gosto dele.
- Hahahahaha. Tá vendo?
- Hehehehe... pois é.

sábado, setembro 13, 2008

Adeus MBC 2008... e Milenium por hora


Então acabou. Assim, de uma vez. Duas últimas apresentações e pronto, foi-se mais uma etapa. Nos despedimos do Mercantil do Brasil Cultural 2008 assim...


10.09 - Governador Valadares


A terra do calor, dizem. Pois bem. Fez um calor muito danado, mas disseram os nativos que fica ainda mais quente... Não fiquei com vontade alguma de experimentar, é verdade, rs. Mas foi suportável e sudoríparo. Além das roupas normais, os figurinos ficaram um pouco muito suados...

Regados a água de coco e alguns picolés montamos as coisas e fomos almoçar, como de costume, esperando pacientemente pela passagem de som. Antes ainda de irmos para a praça meu ouvido direito entupiu quase totalmente. Meu Deus! Como ia fazer com o espetáculo do dia? Tentei todas as formas de desentupimento, mas não resolveu nada... Tudo bom, vamos para a praça.

Já no local as coisas atrasaram um pouco. O som não estava todo pronto e o calor estava quase insuportável. Na passagem de som, claro, estava tudo meio estranho. Sem a referencia do meu ouvido direito confiei na sensibilidade dos outros, que também reclamaram do som. Foi mais tarde, à noite, quando a última música começou que tudo ficou mais estranho ainda. O retorno parecia desregulado e assim a música desandou e o público mal mal aplaudiu. Uma pena... Mas, além deste detalhe, no decorrer do espetáculo muitas coisas estavam com quinas, sem a energia necessária.


No final, compartilho do ponto de vista do Diretor quando, depois do espetáculo ter terminado e estar tudo desmontado, nos reuniu e disse que a apresentação foi terrível!! Com todo o calor do momento culpou alguns detalhes e pediu mais atenção, concentração e disposição para fechar o ano com chave de ouro.

11.09 - Ipatinga


A praça, ou melhor, Parque Ipanema é uma lugar enorme!! E muito bonito, com lagoa e tudo. Foi no meio dessa imensidão que montamos o caminhão para nos apresentarmos prum público muito grande, segundo a expectativas dos muitos barraqueiros que estavam do lado de fora do parque. Muito bem, calor demais também. Mas tudo bem...

Um almoço demorado e uma visita ao teatro da Usiminas dentro do shopping da cidade. Muito bonito e com infraestrutura desejável de qualquer artista. Bora pro hotel que mais parecia uma grande vila, com casinhas em vez de andares de um enorme prédio.

Uma montagem tranqüila e uma passagem de som menos conturbada começou o fim de tarde. Um ensaio a mais de músicas chaves do espetáculo deu um gás a mais para o grupo. Uma reza com quase todos da equipe do projeto também fortaleceu as energias todas. Tanto de elenco como de técnica, produção etc. Todo mundo concentrado e pronto pra mais um espetáculo.

Então transcorreu talvez a melhor apresentação de toda a temporada MBC 2008. O ritmo bem acertado, as piadas todas funcionaram, as canções com as energias necessárias. O público incrivelmente atento e presente. Tudo certo demais até, rs. Bom isso...

Para fechar o projeto, uma despedida da galera rolou mesmo na beira da piscina do hotel, já que infelizmente não foi encontrado qualquer restaurante ou mesmo bar que pudesse servir algo de comer pro pessoal da técnica e nos abrigar para a última confraternização. Mas em posse de algumas poucas latas de cerveja, um violão e um pandeiro entramos madrugada adentro. Teve muito bom.

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Em nome de toda Cia de Yepocá, e em meu nome, claro, agradeço por tudo:

À toda equipe técnica que teve papel de suma importância para que tudo transcorresse sempre bem. Agradeço à toda equipe de produção da ArtBHz por fazer possível tantas apresentações e dar tudo certo. Aos motoristas que levaram e trouxeram tantas vezes equipamentos, pessoas e outras coisas mais. Agradeço ao Banco Mercantil do Brasil por nos dar a oportunidade de fazer a arte acontecer nesse país, principalmente leva-la a tanta gente que pouco tem esse contato. Agradeço a todo o público que nos prestigiou, nas boas e más apresentações. E aos meus grandes colegas e amigos de elenco. Valeu!!

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Milenium é uma peça da Cia de Yepocá patrocinada na sua montagem pelo Banco Marcantil do Brasil, que no decorrer deste ano também levou sua apresentação para 13 cidades de Minas Gerais.


Ficha técnica:

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Concepção, dramaturgia e direção geral:_ Bruno Godinho
Assistente direção e colaboração de t
exto:_ Débora Mazochi
Direção/consultoria musical:_ Fernando Muzzi
Trilha sonora original:_ Bruno Godinho e Mariana Lima
Direção teatro de sombras:_ Suzana Louzada
Elenco:_ Bruno Godinho, Camilo Rocha, Fernanda Linsk, Jéssica Tamietti, Luisa Goreti, Mariana Lima e Michelle Braga
Iluminação:_ Henrique Machado e e Joana D'Arc
Cenografia:_ Bruno Godinho e Juliana Buli
Preparação vocal:_ Valéria Braga
Oficina "O Corpo do Ator":_ Vanessa Alves
Assistente direção musical e vocal:_ Mariana Lima
Concepção e confecção de figurinos:_ Juliana Buli
Confecção de perucas (espuma):_ Camilo Rocha
Cenotécnica:_ Nilson Santos

Maquiagem:_ Cacá Zech
Confecção narizes de látex:_ Anita Fernandes
Coordenação de produção:_ Bruno Godinho e Luisa Goreti
Produção e realização:_ CIA DE YEPOCÁ

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Agora, que venham outras apresentações por aí. Se você se interessou, entre em contato com a produção da Cia de Yepocá.

Quer relembrar como foi a temporada MBC 2008 de Milenium? Clique aqui então.

domingo, setembro 07, 2008

questão

Um criado mudo uma vez me disse que no mundo muitos iguais a ele existiam, mas por estar sempre no canto da parede pouco os via.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Ricardo Herz

Um show inesquecível. De energia, excelência dos músicos e vibração da platéia. Um show realmente inesquecível.


Ao ver na programação o nome e foto de Ricardo Herz não pude imaginar o que me esperava na Casa de Ópera de Sabará. Os cabelos rebeldes, desgrenhados e o violino em posição podia ser somente mais um desses músicos que fazem um estilinho despojado, mas na verdade não tem nada de diferente ou bom. E creio que as outras pessoas que desconheciam o músico pensaram parecido a mim.

O show foi no Sabará Musical Edição Cordas, produzido pela Bangalô Produções e patrocinado pela Natura. No projeto é mostrada uma atração local, no caso foi de um grupo de músicos representantes da Orquestra Santa Cecília, na qual toquei durante 2 anos. Logo depois a atração principal que na grande maioria das vezes é um grande nome da música instrumental, que infelizmente nem sempre é conhecida pelo público presente.

Eis que entra ao palco os quatro músicos um pouco acanhados. Os primeiros compassos de bateria não contam o que vem pela frente. De repente tudo se transforma em pura energia e descontração, o que dá o tom da noite e contagia toda a platéia. Ao fim da primeira canção, agora sim, é possível prever o que vem pela frente.



Tom Jobim, Milton Nascimento e Pixinguinha... Todos com uma leveza e descontração irrefreáveis. Inimagináveis até que aconteçam. Lindo e espetacular. Até que toda a platéia nem se contém, bate palma junto, sorri e podia até chorar. Depois de cada música me sentia quase num estádio de futebol, era tamanha a vibração dos ouvintes, atônitos ao mesmo tempo extremamente participativos.

A palavra de ordem no fim das contas era "mais um, mais um", ou quem sabe "mais dois, mais três"?! Mas teve um único bis, rs. Tristeza minha e de mais alguns. Mas teve ótimo! rs

Na saída não pude me conter e comprei o primeiro CD do rapaz, "Violino Popular Brasileiro" . Lindo, claro.

*Fotas: M a r i a n a L i m a