sexta-feira, outubro 26, 2007

selos e prêmios e certificados blogueiros

Nos últimos tempos estão rolando pela comunidade blogueira uma série de prêmios, "As 7 Maravilhas de Blogosfera", "Certificado Blog", o "The Power of Schmooze Award" e mais recentemente o "Este Blog Vale a Pena Conferir". Entretanto, e como é de praxe e regra pra se receber os títulos, não indiquei os blogs correspondentes a cada um. Mesmo por quê não frequento muitos blogs, pois acho que temos de escolher poucos e bons blogs pra ir sempre e realmente interagir com seus autores.

As 7 Maravilhas de Blogosfera foi um concurso para eleger os 7 blogs mais bacanas de toda a net. Foi criado por uma portuguesa e 'vazou' pra outros países, inclusice o nosso querido Brasil. Na época a autora do prêmio cogitou [ou prometeu?] fazer um prêmio especial para blogs brasileiros, pois as indicações para os brazucas eram muitas, mas isso não aconteceu [ou pelo menos, eu não fiquei sabendo]. De toda forma, fui indicada pela maria renata e a amanda bia.


Certificado Blog é um certificado para os melhores blogs do momento virtual. Não consegui descobrir sua origem, mas há blog que cita ter visto esse prêmios além mar, em Portugal, denovo. Mas isso é bom e incrível, um novo tipo de sociedade organizada... rs. Indicada pela jaya.






The Power of Schmooze Award é para 'aqueles blogueiros que buscam um relacionamento, uma conexão social com os outros blogs e blogueiros, gastando um tempinho visitando e comentando nos outros espaços, travando um certo nível de amizade com os outros'. Acho que esse é o que mais condiz com essa Divisa. Indicada pela jaya.



Este Blog Vale a Pena Conferir 'é um presente do Santa Ironia para aqueles que não são apenas estranhos na blogosfera, mas amigos virtuais que também dão presentes, ou seja, os textos que produzem', denovo é cara da Divisa, rs. O criador foi devidamente achado e o link está bem no nome do selo. Indicada pela amanda bia.



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Assim sendo, agora indico os meus 5 blogs [por que a maioria indica 5 mesmo] favoritos para todos esses "títulos" [em ordem aleatória]:
- Vida Pública da Maria Renata
- É Só Saudade da Amanda Bia
- Pensamentos Circulares do Carlos Howes
- Muitos Desenhos da Mariana Massarani

produção jornalística

Livros e pneus, que receita é essa?

Misturar livros com os pneus foi a saída que Marcos Damascena encontrou para colocar em prática seu maior sonho

Num cômodo apinhado de livros de todos os tamanhos, gêneros, títulos e importâncias é que fui recebida numa manhã de sexta-feira, para conversar a respeito do maior sucesso do Bairro Caieira, em Sabará. Refiro-me à Borrachalioteca, uma biblioteca em meio a pneus e muita graxa, em uma típica borracharia.

Ao arrumar as cadeiras e uma pequena mesa para podermos conversar, Marcos Túlio Damascena logo me diz com todo entusiasmo que a Borrachalioteca está entre as 15 finalistas de 1855 projetos inscritos no Prêmio Viva Leitura 2007, que tem o objetivo de estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências que promovam a leitura no pais. Um sorriso largo mostrava tamanha satisfação com a notícia, ainda recente. Eu só pude elogiar.

Marcos é borracheiro hereditário. Seu pai é Joaquim Borracheiro por conta da profissão e foi quem ensinou ao filho o ofício para que os serviços na borracharia pudessem continuar. As coisas andavam sem ânimo e pagar um funcionário estava difícil.

Então, estava lá o Marcos trabalhando com os pneus e pensando nos livros. Daí veio a idéia da biblioteca dentro da borracharia. E além de borracheiro, tornou-se borrachaliotecário por gosto e invenção. E que idéia mais estranha, pensaram as pessoas na época, inclusive seu pai, que foi até contra, no início. Mas ele não se ateve aos comentários nem teve medo. Mandou uma carta à biblioteca pública de Sabará e logo recebeu a primeira doação de 70 livros. Foi o primeiro passo para realizar seu sonho, o de fazer leitores.

Quando criança, a literatura já fazia parte da vida do pequeno Marcos Túlio e seu gosto só aumentou com o passar dos anos e a Coleção Vagalume ia sendo totalmente devorada. Quando os sonhos vieram, sonhou que todos pudessem um dia ter acesso aos livros e que o gosto pela literatura fosse assim tão comum que houvesse leitores por todos os lados com seus livros de baixo do braço.

Eis a Borrachalioteca e o sonho se realizando. Sonho esse que confessa ter quase o engolido, quando já não cabiam tantos livros no pequeno espaço. As doações eram muitas, de todos os cantos e quase que diárias. Amigos, clientes, desconhecidos, todos interessados em abastecer aquela iniciativa que vinha dando tão certo. Pensou em doar tudo pra alguém, desistir dessa utopia, seguir outro rumo, mas resistiu firme à crise, com a ajuda dos amigos e dos leitores, principalmente. Então, um acordo com a Prefeitura de Sabará possibilitou o assentamento dos novos livros de cada dia. Um quarto ao lado da borracharia está sendo alugado desde fevereiro deste ano e tudo pôde continuar seu rumo como havia de ser.

Enquanto conversávamos, um rapaz nos interrompeu. Vinha numa bicicleta com uma mochila cheia de livros, queria fazer uma doação. Marcos anotou seu nome num caderno e estavam ali mais livros para o acervo. Um outro homem veio, pegou um livro e avisou que estava levando e que ele mesmo anotava. Na Borrachalioteca não há prazo pra entrega, e nem ficha do leitor. Segundo Marcos cada leitor tem seu tempo para ler e privá-lo disso é deixar de fazer mais um leitor. Diz ser uma relação de confiança, ele respeita os leitores e os leitores o respeitam e à biblioteca.

Este ano, a Borrachalioteca completou cinco anos de existência, registrou o nome jurídico como Instituto Aníbal Machado e está prestes a virar bem de utilidade publica. O acervo está avaliado em mais de 7000 livros e no novo cômodo já não há mais espaço. Mas, antes mesmo de Marcos ter uma nova crise, as coisas já foram se ajeitando sozinhas. Com ajuda da Mitra arquidiocesana de Belo Horizonte, em breve um prédio de três andares será construído para abrigar a borracharia, a biblioteca, um auditório e salas.

Além dos livros, a biblioteca também oferece, todas as quartas, as “Tardes Culturais” com uma contadora de história, Águida Alves. Faz tanto sucesso que algumas escolas da região já entraram no ritmo e são freqüentes as visitas de Águida nestas escolas. As crianças é que adoram.

Quem quiser visitar a inventiva Borrachalioteca, ela fica na Praça Paulo de Souza Lima, n. 22, Bairro Caieira em Sabará.

quarta-feira, outubro 24, 2007

crônica 'natureza morta'

Me sento num lugar privilegiado, então posso ver a maioria das pessoas que passam. Um cara gordo com uma expressão não muito animadora está sentado sozinho numa mesa redonda tomando um chopp. Sua figura é tão solitária que chego a pensar se ele está tão igual a mim observando os outros ou está mesmo pensando na vida, ou não tem o que fazer, ou sei lá. É alto e o rosto esta num aspecto de muito cansado, seus movimentos são lentos e contemplativos. Chego a ter um pouco de medo a respeito do que pensa, pra onde olha e pra quem dirige este olhar. O que faz ali naquele horário que não está trabalhando ou mesmo almoçando. Eu estou almoçando. Como muito tranquila sozinha no meu canto, assim como a maioria ali, apressados, calmos, de todos os jeitos. Mas esse homem bebe um copo de 500 ml de chopp sozinho, ao meio dia, numa terça-feira, num shopping relativamente movimentado. O que o traz aqui? Por que está sozinho? É aposentado? Está de folga? Sofre de alguma doença respiratória ou cardíaca? Por que me chama a atenção?? Por que quando olho pra ele chego até a pensar se é feliz ou não? Parece um homem frustrado em todos os âmbitos da vida, amorosamente, no trabalho e no futebol. É gordo, deve ter uns 50 anos e relaxado. Roupas de classe média mediana. Os hábitos não posso avaliar, se fica ali assentado o tempo todo. Mas o que passa por aquela cabeça? No que pensa? Por que, ãh?

quarta-feira, outubro 17, 2007

feliz aniversário



Então fazemos aniversário dessa etapa nova da Divisa que começou há um ano. Antes eu tive outros blogs, o Na Divisa [versão #1], o Insetil, o Libélula. Mas desde a criação deste aqui tudo andou muito melhor. Quem sabe muito mais anos nos esperam juntos?

Parábéns pra nós, pra nós todos, rs.

sábado, outubro 13, 2007

abraços

Gostaria de dedicar abraços e beijos para os quatro grandes comentaristas deste blog, destas besteiras que escrevo. Não é um prêmio do tipo que terão de indicar mais quatro grandes comentaristas e nem um concurso de qualquer espécie. Somente mesmo estou externando minha cara de boba e satisfação em ler o que esses quatro escrevem por aqui. Cara esta minha que ninguém vê mas que posso descrever e vocês imaginam, rs.

À Maria Renata, Jaya, Amanda Bia e ao Carlos Howes, um grande abraço! Vocês são demás... rs [aleatóriamente nesta ordem]

coisas ultimas

Coloquei um cd inteiro de samba pra num deixar-me o tom depressivo. 'Samba Meu' da Maria Rita, ainda muito fresco pra se comentar. Pensei em ouvir algo mais descompassado, mas o redondo deixa as idéias no lugar, não de disconcentra.



Ante-ontem ví um filme que a primeiro momento me deixou um pouco indiferente, mas que depois, conversando sobre, ví o tamanho de seu complexo entendimento necessário. Histórias de amor, de amor de verdade que até o mais rude se encantaria. E se encanta talvez mais pela situação em que os personagens se encontram no enredo.


Bubble descreve a bolha amorosa e nada política em que três amigos israelitas vivem em Tel Aviv. Entre festas, bares, amores e desamores Noam, Yali e Lulu vivem sem se preocupar com toda situação política em que seu país passa e todos os problemas da fronteira. Mas enquanto Noam serve em um dos postos de controle conhece num incidente o palestino Ashraf, por quem se apaixona e começa a viver um lindo amor. Entretanto este relacionamento é abalado quando Ashraf, ilegal em Israel, começa a enfrentar problemas com a fronteira e a família.

Um jogo de sensibilidade. Descreveria assim o filme. Para acabar com algum preconceito ou concientizar-se pelos limites daquelas terras. Muito bonito, muito fundo. Só não conto mais da história por que acho que seria bom assitir e não ler sobre... rs.


BUBBLE - Um filme de Eytan Fox, França/Israel, 2006, 117'

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Assisti a esse filme no festival de cinema independente INDIE, que acontece todos os anos em BH. Muito bem organizado e com grandes títulos, infelizmente apenas deu para ver um. Mas fica a dica pra quem anda por aqui.

segunda-feira, outubro 08, 2007

quase tudo queimou

Aqui do lado de casa, quando na minha infância passeava por entre as árvores e brincava no laguinho, que pra mim era enorme e incrivelmente profundo, me sentia completamente feliz. Uma felicidade que me invadia e que durava dias no peito. Me sentia dona daquele lugar, de cada cipó, de cada pedra arredondada que catávamos pelo caminho. Me sentia total conhecedora de seus segredos, de suas armadilhas e belezas. Sabia de histórias e inventava outras pra contar. Eu era amazona, escoteira, índia, nativa... Adorava aquelas tardes inteiras que fazíamos a tradicional trilha carregando um piquenique inteiro em mochilas do He-Man, She-Ra ou o Michey Mouse. Guiados pela pessoa mais doce e gentil que conhecíamos, a gente subia, corria, brincava e era no final do dia que aquela alegria descansava depois do banho.

Foram muitas caminhadas e pés imundos dentro de chinelos mais imundos ainda. O santuário é a Chácara do Lessa, que de uns anos pra cá tem sido mais bem cuidada pelos órgãos responsáveis. Obras modernizaram as coisas e cercaram tudo direitinho. Mas é seca agora e não chove há um bom tempo. A minha mata pegou fogo. Foram de três a quatro dias queimando e eu daqui olhando no meu pouco tempo. E pedi aos céus, mas muita fumaça, cinza e o coração partido.

Primeiro foi um susto e depois dor. Confesso que nem fui à porta ver como ficou, talvez ainda vá. Bastasse eu ter crescido e não viver mais aquilo, mas as crianças de hoje nem terão o prazer de conhecer a minha floresta. Não mais, não do jeito que era. Não do jeito que ela era minha. Apesar de dês das obras as coisas já não continuarem as mesmas, agora tudo piorou.... muito triste.

Espero que às primeiras gota ela se sinta capaz de reviver. A minha mata. A minha chácara. E a cada broto novo sejam novas infâncias, novas lembranças, e que seja de mais um monte de gente. rs