quinta-feira, agosto 28, 2008

por que as coisas são assim... nada mais

Afinal, o que é essa tal de moda? Essa coisa toda de estar sempre se vestindo supostamente bem e com tudo de mais novo no mercado. Apesar de muitas vezes aquela blusinha da vovó guardada no fundinho do armário nunca perder seu charme. Ou isso tudo seria mesmo só mais uma forma de se identificar com os outros? De se incluir num grupo de pessoas, naquela descolada tribo urbana.

Fui ao shopping hoje. Pois é, eu fui...rs. E como de costume não pude comprar nada. Não que não pudesse comprar uma blusinha que fosse. É que a oferta sempre é tão grande e são tantas as opções que além de ficar um pouco desnorteada com aquela sensação de que há sempre em outra loja o mesmo produto mais barato. Além disso, ir a um centro comercial deste calibre me desperta a reação de repulsa a consumir todas essas coisas.

Assim eu entro pela porta, bato minhas pernas olhando vitrines, constato que ali não existe vida real e vou-me embora pela mesma porta. Mas não pense que é tão tranqüilo assim! Não pense que estou imune às propagandas, às promessas, às belezas estéticas mais avançadas. A verdade é que fico um pouco mal comigo mesma, como se a culpada fosse eu. E é justamente essa a sensação que aquele que vende quer que sintamos. E a gente se sente uma porcaria não é?!

Então vêm cartões de crédito com as contas que se dividem suavemente durante tempos a perder as próprias vistas. Por 10x sem juros ou 15x no cartão. Daí por diante. Entretanto por esse lado posso até dizer que consigo me safar quase sempre.

Enfim, é de doer esse consumismo todo e sua influencia negativa na vida da gente. As dívidas, o carro do ano, o tênis do mês, as parcelas e os juros. É preciso ter cuidado... rs.

E eu ia colocar aqui uma foto ou talvez um vídeo. Mas acho que carece não... Não vou fazer propaganda pra ninguém. Ham!!

\\nos fones// _ J o s h R o u s e

quarta-feira, agosto 27, 2008

Milenium minha...

E foi-se mais uma etapa Mileniana... Desta vez bem pertinho de casa.
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20/08 - Betim
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Chegamos cedo na praça, nada tinha sido montado ainda. Então fomos tomar café, relax... Conversar um pouco, colocar o papo em dia. Depois direto para a labuta. O bom é que não era um lugar muito movimentado (além de terem fechado as ruas que circundavam a praça, quanta mordomia! rs). Hotel ali do ladinho, restaurante mais perto ainda, quanta folga... Montamos tudo tão rápido e logo tínhamos toda a tarde para descançar, tirar umas sonequitchas para de notche estar com as energias totalmente recarregadas.
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Pois bem, mal dormi à terde e voltamos à praça. Tudo normal. Passagem de som... de luz... Ensaios de música e mínimas mudanças para dar agilidade. Então o confinamento no camarim para nos maquiar e nos vestir.
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No horário de costume começamos um pouco mornos demais. As modificações no tema de abertura ainda não tinham pegado. Tudo bem, melhoramos depois. Vão as cenas e o público morno demais. Consequentemente não fizemos o nosso melhor. Aquela coisa de interação mesmo sabe, sem resposta fica mais difícil fazer as piadas darem certo.
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Por fim, tudo bem. Peixe e camarão no jantar. Nem frio nem calor durante a noite.
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21/08 - Contagem

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Noite mal dormida. A constatação da existencia de uma linda piscina ali do lado do quarto. Tristeza com a cena. Nunca podemos usufruir dessas coisas... rs. Entretanto o café da manhã estava lindo, rs. Prontos para zarpar para Contagem. É, só 20 minutinhos...
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Que cidade feia. Cinza, marron, sem cor nem graça. Um pouco perdidos no trânsito local, até chegarmos na tal praça que era bonitinha demais, de jardim bem cuidado e até uma queda d'água. Quanta discrepância! Montamos tudo direitinho e rapidinho. Bora almoçar e poder morgar um pouco a mais no hotel, já que o h orário da apresentação era mais tarde neste dia. E aproveitar os breves momentos no hotel. É, por que não pudemos dormir nele... Voltando assim cada qual para deu aconchegante lar depois do evento.
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Mas antes disso, preciso dizer da platéia. Querida platéia... linda. Foi linda de dar aquela satisfação no final. Bem cheia e participativa. Assim as piadas já davam mais certo, encaixavam no final e as modificações propostas no dia anterior já estavam funcionando. Entre a platéia um ilustre amigo da trupe levou a melhor, tendo o espetáculo do dia dedicado a si.
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Então passamos num "fast-food" para não voltarmos de barriguinhas vazias para casa. Mas, infelizmente os pedidos vieram com uns temperos inesperados e discordando com as fotos ilustrativas do cardápio. Mas isso é normal né, rs. Acho que quando estamos com sono e o cansaço é demais perdemos certa noção das coisas, desdo pedido até a degustação, rs.
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Em casa e segura descansei como merecia acordando só mesmo para almoçar no dia seguinte. Como essas apresentações nos consome energia, meu Deus!
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23/08 - Belo Horizonte
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foto: Mariana Lima

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Enfim a capital e terra onde todos os amigos e parentes poderiam ver de perto o trabalho e dedicação. Como a apresentação estava marcada para mais cedo que de costume, fomos nós para a praça bem cedinho. Mas as coisas atrasaram e aproveitamos o dia gostoso para umas voltinhas na Praça da Liberdade.
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Almoço em outro "fast-food" que desta vez não nos surpreendeu tanto nos temperos e realmente foi rápido. Mas nada me agrada comer nesses locais. Mas fazer o que quando o mais importante é achar um local que emita a tal 'nota séire D' e que atenda o orçamento...
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Para o resto de montagem e dia a presença de um amigo foi muito boa. Para um certo desestresse de trabalho e distração mesmo. Ele que talvez tenha aproveitado mais, vendo de perto a montagem de um espetáculo e a passagem de som, maquiagme e figurino, como é ator e vai seguir sendo.
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À noite aquele frio especial na barriga. A responsabilidade. O nervoso todo. Apresentar prum público que te conhece bem fora do palco, que sabe de suas fraquesas. Apresentar prum público que já viu milhões de outras peças e é muito critico... Apresentar aqui é sempre difícil. Tive aquela sensação de desespero por alguns instantes durante o dia e na hora era meio difícil zuar e ficar tranquila como normalmente fico em outros locais. Mas as coisas foram bem.
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Enfim o primeiro tema com as mudanças deu um ar mais clown à peça já de cara. O ritmo estava bom e o jogo de cintura foi preciso. A platéia não muuito participativa dificultou em alguns momentos. E principalmente alguns elementos extra da peça tiraram a atenção da maioria fazendo alguns se levantarem e ir embora. Mas no todo foi tudo bem. De novo, rs. Que bom.
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Só uma pena no final. Meus amigos eu não ví... nem a maioria da família. Mas as desculpas já foram dadas e aceitas. E outra pena, de novo não conseguimos reunir o elenco todo (dessa peça e de outros trabalhos) para uma cerveja no bar e papo furado. Deve ser a lei inversa. Aquela que diz que quando um grupo de pessoas da certo nas saídas prum bar só serve pra isso mesmo. O nosso caso talvez seja justamente o contrário, rs. Damos muito certo trabalhando, mas pra uma cerveja ninguém se junta.... rs. Será isso bom ou ruim afinal?!
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Próximas e últimas cidades:
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- 10/09 - Governador Valadares
- 11/09 - Ipatinga
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Milenium é uma peça teatral da Cia de Yepocá. Foi patrocinada na sua montagem pelo Banco Mercantil do Brasil e está inserida no projeto itinerante Mercantil do Brasil Cultural 2008, se apresentando por todo estado de Minas Gerais.
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segunda-feira, agosto 25, 2008

'Tiros em Ruanda' e toda a coisa do mundo

Então onde está aquela linha imaginária de respeito ao próximo? Me pergunto. Você se pergunta? E o humanismo, o credo, a ideologia, a identidade, a tradição... Mas o quê que é isso tudo?

Na verdade não sei por onde começar. Nesta manhã, assim meio desprevenida, assisti ao filme "Tiros em Ruanda". Trata-se do genocídio de 1994 em Ruanda, em que o povo Hutu massacrou Tutsis com facões a sangue frio, sem poupar viva alma. A ONU que tinha uma tropa considerável no olho do conflito preferiu se abster de qualquer responsabilidade e bater em retirada, deixando um povo inteiro à mercê do ódio. E isso foi há somente 14 anos! O nazismo e toda sua barbárie ninguém esquece. Por quê? Por serem brancos? Por terem morrido lentamente? Por quê os negros pobres de terceiro mundo não são lembrados?


E, por quê? Qual razão de ódio mortal naqueles dias? São tantas razões que desconheço e outras muitas que simplesmente não conseguiria descrever aqui. Meu lado aqui assistindo à história reproduzida por sobreviventes do massacre é tão distante de tudo isso. Não posso dizer nada além daquilo que leio em livros e vejo em filmes. E se não fossem tais meios de comunicação provavelmente não saberia de nada.

Quando estamos na escola estudamos e conversamos sobre a África um milhão de vezes. Na minha época foi assim. Sempre esbarrávamos nas questões humanitárias, sanitárias e econômicas. Entretanto nunca houve uma real delimitação teórica quanto ao território, o povo, e o tempo de que tanto discutíamos. Afinal, o que é a África? Onde fica? ... África é só o continente onde habitam mais de 800 milhões de pessoas em 53 países. Países que em suas histórias existem muitos conflitos étnicos brutais e pseudo-independências.

Aí vem uma pessoa e fala que temos de acabar com a fome na África e que é preciso conter a proliferação do HIV, mas logo está num shopping fazendo comprinhas tolas e comendo uma casquinha do Mc Donalds. Bem sei que fazer algo assim como civil sozinho é impossível, mas contribuir para as diferenças de classe e consequentemente à toda desgraceira do mundo é muito mais fácil. Basta consumir o quanto mais der conta. Eu mesma estou nesse grupo, mas tento todo dia sair do esquema.

Não quero culpar ninguém dizendo essas coisas, só mesmo externar aquele sentimento de revolta quando enxergamos por míseros segundos que há alguém realmente sofrendo enquanto há outro totalmente alheio a tudo isso. Me pergunto o que posso eu fazer. Alias, só consigo me perguntar isso. Não sei. Às vezes penso que é pela minha imaturidade, ou quem sabe minha impotência política, ou mesmo minha falta de vontade. Preguiça.

No fundo somos mesmo preguiçosos e egoístas. É a tal da história de identidade cultural que comentei no início. Essa enorme aldeia global nos pluralizou de uma forma muito nova e pouco assimilada ainda. Digo, sei que vêm a este blog pessoas de outros países, e que talvez sejam brasileiros espalhados pelo mundo. Mas por que sei isso? E como chegam aqui? Por que estamos interligados por um sistema de comunicação que permite essa troca de informações. Dessa forma é fácil saber em minutos de uma guerra que acabou de acontecer do outro lado do mundo. Em Ruanda não existia isso e ainda em muitos locais do continente africano nem sabem o que é um bom sistema telefônico...

E nessa aldeia mundial, enorme como ela só, a quem nos apegamos nas horas difíceis? Aos compatriotas? À família... aos amigos de Internet? Cada vez mais percebo uma falta terrível de identidade, de unidade civil, social. Mas somos ocidentais e em desenvolvimento, não somos a única realidade do mundo. O continente africano quando dividiu seus territórios, em acordos políticos, se esqueceram das etnias e de suas rivalidades. Por isso de tantas guerras civis, tanto ódio e desrespeito. Mas se resumisse a somente isso ainda teria uma esperança de resolver as coisas mais facilmente. Era só redividir os territórios... Mas a história, meus caros, é muito mais complicada. Me faz pensar também que se estivéssemos em guerra por aqui de que lado eu estaria...

Para terminar essa minha verborragia, digo que não me isento de qualquer responsabilidade que me couber como uma jovem cidadã brasileira. O que em tempos de paz pode significar nada. Mas me sinto cada vez mais perdida no espaço sem me identificar com nada nem lugar nenhum além de específicas pessoas a quem dedico amor. E por fim, se a quem leu isso aqui for de alguma valia...

terça-feira, agosto 19, 2008

Se o mundo em um minuto virar-se-ia...

E se o tempo com toda sua relatividade fosse um só.
E se tudo o que queremos fosse além de imaginação.
Se tudo o que é se resume a química ou física.
Se o mundo se resume a únicas coisas como se os seres humanos fossem únicos.
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Se todos os dias fossem finais de semana.
E se não houvesse inverno nem verão.
Se Deus existisse e todos ainda fossem plantas.
E se o amor fosse fruto que se come e alimenta a fome.
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Se todos os acordes, sem sensibilidade, fossem calculados.
E se as rodas não existissem.
Nem os cremes hidratantes.
E se os dias tivessem trilha sonora.
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Se o sol rosa fosse.
Se as cores fugissem pro paraíso.
Se os pincéis fossem de pedra.
E se as palavras fossem todas vãs.
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E se o sorriso derretesse a cada passo.
Se o passo fosse um rasgo.
E a boca entre aberta comesse lesmas.
Se a chuva fosse inédita.
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E se as folhas não caíssem.
E se somente de costas andássemos.
Se os pássaros fossem paraplégicos.
Se os peixes fossem querubins.
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Se as antenas captassem o passado.
Se as línguas fossem todas cortadas.
E se o sono fosse profundo.
E se ninguém mais respirasse.
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Se tudo o que se sabe desaparecesse.
Se o futuro se misturasse.
E se fosse possível ser invencível.
Se todos se amassem.
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Se os livros fossem brancos.
Fossem assim todos os dias de qualquer vida.
De todo e qualquer ser.
E cantar fosse o único meio de livrar-se.
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Mais felizes, seríamos?
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d. .b _ ouvindo _ M e r c e d e s S o s a

domingo, agosto 17, 2008

tinariwen

quinta-feira, agosto 14, 2008

notas curtas

E o amor continua como mote das mais variadas canções, de todos os estilos. Ouço agora a Titane cantando "O Amor" que fala para fecharmos a porta na cara dele... Não esperava essa, sinceramente. Já ouvi lamentos de amor, choros ressentidos, perdas e ganhos, mas essa agora de fugir do sentimento é no mínimo engraçado. Ainda mais na voz de uma pessoa que na minha infância era sinonimo de extrema candura que dava até nos nervos. Mas é certo que nunca procurei ouvi-la mais atentamente, especialmente depois de ter crescido. Me lembro bem de ir a shows de amigos do meu pai em que ela fazia participações e tal, e nessas ocasiões eu posso dizer que não me satisfazia no quesito gosto nem um pouco.

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Falando da Titane... parece que finalmente está numa fase bem pop. Começando pelos arranjos cheios de efeitos e colagens inusitadas e acabando na distribuição online e gratuita do último álbum pelo site da mineira.

Mas o novo CD, ANA, tem poesia e coisas interessantes de se ouvir dizer e quem sabe sair repetindo por aí, principalmente a canção "Uma Confábula". Além é claro das boas utilizações de marimbas e cellos.

Uhm. Mas esse jeito de cantar que as vezes lembra aqueles cantores do metal melódico tipo Angra.... continua a não me satisfazer.

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Quem não está deixando pra dormir mais tarde só pra acompanhar um bocado a mais das incríveis Olimpíadas de Pequim? Eu estou e isso está sendo até caro, rs. Já faltei algumas aulas da faculdade e isso vai fazer falta no futuro... rs

No basquete feminino uma pena o último jogo contra a Letônia perdendo de 1 só pontinho!! Mas torcemos firmemente!

Pelas meninas do volei de praia, Larissa e Ana Paula, continuamos na disputa e eu acompanhando como posso! Bora meninas!

Na ginástica artística levamos o 8º por equipe, mas já valeu demais o espetáculo pros nossos olhos. Esperamos os meninos fazerem mais show.

Que Michael Phelps é esse?! Poutz! rs
Pesista vira o braço direito pra trás. Cantora chinesa vira playback. Coreógrafo chinês é acusado de plágio. E ainda tem muito caldo...

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No meu player novos nomes, e preste muita atenção! Tinariwen e Penguin Cafe Orchestra. O primeiro tuareg e o segundo londrino. Os dois incrivelmente diferentes e muito lindos...
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Tem também a Camille, a Emilie Simon e Emily Loizeau... não disse de nenhuma delas por aqui não, né?!
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Depois coloco aqui mais detalhes e hiperlinks e etc.

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Fui nesta segunda ao show da Orquestra Misturada no projeto bacana Música Independente lá no Palácio das Artes (BH). Mais um projeto encabeçado pelo incrível flautista, compositor e arranjador Mauro Rodrigues. Quem conhece a peça sabe que coisa pouca não é, inclusive foram várias as vezes em que me arrepiei ali da platéia. Muito bom. Recomendo.
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Como tem jornalista nesse mundo! Às vezes penso por que estou entrando nessa e me descontento com as possibilidades. Entretanto me abre algumas possibilidades de esquina, daquelas que a profissão ainda não abriu os olhos totalmente ou simplesmente ignora... Boa perspectiva não? Pelo menos me anima. E olha que quase todos esses posts foram feitos em horário de "serviço" jornalístico. Devo não levar o jeito mesmo...

terça-feira, agosto 12, 2008

O que foi feito?

o que foi feito de nós?
o que foi feito de tudo isso?
pra quê o sacrifício?

uns vão de motocicleta
outros pulam de edificios
um rosto sem sorriso

eu só queria viver em paz
junto de quem eu gosto
e de longe me ver agora
como se o tempo fosse infinito

"Motocicleta" - Fofoca Erudita

domingo, agosto 10, 2008

Diálogo

- Ainda posso sentir o cheiro do fumo. Tardes quentes que eu nem via a luz do sol.
- Tinha uma outra velocidade o tempo, né?
- O dia inteiro em função do que comer, do que arranjar pra fazer além do ócio... nossa.
- Ócio... é.
- Pareciam dias intermináveis.
- Éramos a toas, rs.
- É. Passou.
- Êta clima de nostalgia...
- Acende um incenso aí... rs
- Hahaha...


*ouça-ndo Penguin Cafe Orchestra