terça-feira, junho 19, 2007

segunda semana

Para a zona de calor mineira, Hypólita continua a saga turnéctica.

12/06 Teófilo Otoni
13/06 Governador Valadares
14/06 Muriaé


Começamos a semana já um pouco atrasados. Marcamos de sair do espaço de ensaios da Yepocá às 11 horas da manhã mas acabamos esperando a van chegar e logo em seguida o caminhão que ia levar nossos equipamentos.Tudo bem , esperamos. Saímos exatamente, de acordo com a Gal, às 13:06 hs. Dentro da van já um impasse: 'mas como o dvd pirata do homem aranha 3 não pega?!!!'. Bons minutos nessa discussão vã por excelência e tudo bem, vamos assistir qualquer coisa. Homem Aranha 3 é ruim como todos os outros... Aquela roupa preta aparece quase do nada e vou parar de falar por aqui porquê acho que dei umas piscadas mais longas durante o filme. Mas foi assim (e o filme acabou como havia de ser). Viajamos até as oito da noite. Chegando ao destino fomos para a casa de familiares distantes do nosso diretor para jantar calorosamente amistosamente entre desconhecidos familiares alheios. Tudo bem, tudo bótimo. Um sereno gelado caindo em plena cidade de Teófilo Otoni! Nem os nativos compreenderam. Um churrasquinho, uma pinguinha pra esquentar e muita musica no violão, que diga-se de passagem não me deixaram escapar!


Segundo dia e estamos lá de pé para a labuta! Chegando à praça o primeiro impasse: o espaço! Como a praça é muito arvorada o palco teve de ser montado na rua que corta o local no meio. Tudo bem se isso desse pelo menos uma certa liberdadezinha para os artistas fazerem seus trabalhos bem feitos. Nervos um pouco à flor das peles. Mas tudo bem, tudo bótimo, a gente dá um jeito. Demos, meu palquinho teve de se arranjar encima do passeio e assim algumas cenas mudaram, mas nada de morrer. Como era dia dos namorados, na praça algumas campanhas em prol do sexo seguro estavam acontecendo. E muitas pessoas perambulando sem rumo. Não sei se eram na maioria aposentados, doidos ou à toas, mas tinha muitos. De noite o público quase queria comer-nos. Meu carrinho virou carro alegórico de escola de samba e as pessoas gritavam nomes zoando os figurinos. Bom, quanto aos nomes gritados acho que foram até criativos, mas meu carrinho! eu podia sair andando por aí a qualquer momento. Além disso eu quase não tinha retorno... Aff, de novo?! Por pouco tempo, o técnico do som percebeu e me estendeu seu peluda mão. Mais tarde nada demais, só mesmo o pequeno e fugaz calor do público.

Terceiro! Bom dia!! Às oito partimos rumo Governador Valadares. Alguém me responde quem foi esse senhor e o que ele fez? Curiosidade só. Chegamos por lá e tudo quase deserto. Feriado na cidade. Dia de Santo Antônio padroeiro da cidade. Tudo fechado, só uns butecos, padarias aqui ou láaaa, uma farmácia onde comprei umas coisinhas e mais nada. Fomos à la plaza e outro impasse quase impossível! Problemas da produção com a prefeitura a respeito do espaço reservado para o evento. Esperamos, esperamos. estressamos, mas aguentamos. Foi relativamente tarde quando montamos tudo e fomos almoçar. Pelo menos a comida estava ainda fresca. À noite foi maravilhosa. Sem ventos, sem frio. Tudo calmo e silencioso. O público virou plateia, plateia de teatro. compenetrada, silenciosa, gostosa e totalmente maleável. Qualquer movimento, levantar a sobrancelha, batucar os dedos. Eles viam tudo! E achavam a maior graça! haha... Muito bom, muito bom mesmo! ... Depois de tudo desmontado, encaixotado e devidamente em seus lugares fomos em busca de alimento. Entretanto meus caros, naquela cidade somente uma lanchonete atendia às exigências da "nota série D". Custamos a comer, neste momentos já cada qual em seu apartamento protegidinhos da friagem e da falta de escoros. Os sanduiches que eram de tamanhos elefânticos chegaram e mal foram devorados pelas metades já dormíamos.

Quinta-feira! Acordamos bem, bem cedo. Partimos às sete e pouca matinais para umas cinco horas de viagem para Muriaé. Chegamos e almoçamos, esse negócio de ficar com fome demais tava me matando. Depois fomos para a praça. Lá as coisas estavam minimamente adiantadas, mas os problemas começaram a aparecer de cara. O meu palquinho! Onde ele ia caber?!! A rua lá era quase uma ladeira. O palco e o telão foram montados colados. Mas isso tudo forçou mudarmos as cenas mais uma vez, agora eu ia mudar de lado no espetáculo. Tudo bem, tudo ótimo, vamos lá! Não pensei em pequenos detalhes que me prejudicaram mais tarde, mas é bom que isso tenha acontecido para não errar mais. É que desse jeito invertido eu fiquei sem nenhuma visibilidade do palco, portanto não vi nenhuma cena do espetáculo que não fosse a minha e as que se passavam na plateia. Mas, sinceramente, isso foi o menor mal da noite. Antes um pouco de entrar em cena me senti um pouco estranha. Achei que fosse mesmo só a pressão, então comi algumas coisas e achei que tava tudo bem. Eu mal sabia! Pobre de mim... No meio do espetáculo, na sustentação da advogada de defesa, minhas forças me deram adeus. Um suor frio na nuca, as pernas sem sustentação, os olhos caídos e o corpo só Deus sabe por que não caiu. Não consegui dizer nada, já estava meio rouca desde mais cedo, à tarde. Ninguém da produção estava perto de mim. Uma cortina literalmente me tampava do resto do elenco. Eu só consegui pensar "graças a Deus essa maquilagem é muito expressiva! Ninguém deve estar reparando que estou passando mal...". Mas as notas falhavam. Então tentei chamar a atenção de alguns conhecidos do outro lado da cena, mas ninguém me via. Resolvi então levar até o fim! E fosse o que fosse! Que eu caísse dura daquele meu palco, mas o espetáculo tinha de continuar!! Continuei. Quase fraquejei, mas sabe lá por quê... Depois da última canção e dos bastidores ainda fui elogiada, e pela PRIMEIRA vez pela minha 'magnífica' trilha sonora que "deu emoção, vida ao espetáculo!". Foi o melhor elogio que alguém podia receber em tais condições... Ou melhor, em qualquer condição! rs. Fui quase arrastando desmontar as coisas das partes que me cabiam. Não percebia, mas devia estar de febre. Fui direto para o hotel sem ao menos me despedir solenemente de todo o grupo. O peixe chegou tarde no quarto. Comi e dormi.

Sexta, último dia. Saímos todos junto. Eu de meia febre e o resto de artistas, técnica, produção e etc. Viajamos quase ininterruptamente até Mariana, quando paramos para almoçar. Meu destino não estava tão longe mais, só mais duas horinhas. Muito cochilo e Belo Horizonte em seu trânsito de fim de tarde maravilhoso nos recepcionou na Contorno. Ainda tinha que esperar pelo busão e rumo a Sabará City. Chegando acá, telefonei quase afônica e fui buscada pela minha madre. Foi pisar em casa e a febre foi detectada e altos brados. Sei lá, deviam ser 38 por essas horas. Remédio e mais remédios.

Fim das contas... Resfriei, gripei, sei lá. Febre e catarro é ruim de qualquer jeito mesmo...

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