terça-feira, fevereiro 03, 2009

graveolando

Foi num dia assim, daqueles que a gente fica meio sem fazer nada. Minha irmã me veio ao telefone chamando para ir a um show gratuito tal de uma banda de nome curioso. A banda eu conhecia de nome, e o lugar já era manjado. Nos encontramos lá e meu janeiro tinha a primeira boa notícia: Graveola e o Lixo Polifônico.

O Teatro Francisco Nunes receberia casa cheia naquela noite. Posicionado num local confortável, o parque municipal, e sem interferências sonoras externas, é um dos teatros que mais gosto em BH. O show era de lançamento do disco do pessoal e parece que a divulgação foi boa, por que a cas
a simplesmente lotou.


E eu estava lá do lado de fora com minha irmã fazendo planos sonoros e imagéticos quando finalmente as portas foram abertas. Nos sentamos num lugar relativamente distante do palco, mas não menos bom. E aos primeiros acordes e efeitos sonoros já sentia que seria uma bela apresentação.

Foi assim, com o som do mar através de um teclado, sinserros e copinhos descartáveis... Imagens, filmes, fotos projetado ao fundo
acompanhando os sons. Um violão, uma flauta e o clima estava todo ali. Dando os primeiros passos de uma bela canção. "Do Alto" começou e eu arrepiei. Mas aquele arrepio bom, que a gente sente quando toca fundo... mesmo que seja do alto...

Foi assim... mas o que eu não podia imaginar (talvez por desconhecer a existência da banda e da personalidade de suas outras músicas) é que aquele clima não era para sempre. Soava muit
o sério. Não parecia, afinal, mais um lixo polifônico. Então vieram sambas, boleros e tangos... Muita escaleta e percussão pra não se botar defeito. Talvez seja essa a 'Graveola' do grupo...

Já o 'Lixo Polifônico' fiquei a matutar. Escutando o álbum em casa pude perceber algo mais que no show, em alguns momentos, passava despercebido. Trechos ou referencias gritantes de canções conhecidíssimas, como "Chovendo na Roseira" de Tom Jobim, tangos do Piazzola, "Garçom" do Reginaldo Rossi, canções de domínio popular e outras que nem sei agora... Ao ler algo a mais no site do pessoal essa conclusão ficou justificada com as próprias palavras dos gravioleiros.

Penso então se essa escolha sonora foi realmente uma coisa estudada e friamente calculada. Ou se transformou nisso pelo fato dos tais compositores perceberem tamanha presença de suas influencias sonoras nas respectivas composições. Assim, com medo de dar nome a algo que já existe
e chamar de seu resolveram dar essa justificativa... Penso. Não sei. E na verdade não quero saber. Deve ser daquelas coisas que descobrimos mesmo só em análise, rs. Mas gostei da idéia toda, rs...


Fato é que o som do Graveola é bom e altamente recomendável. É tudo de uma estética por mim invejável... rs. O cd então... tem uma capinha muito fofa, rs.

É isso. Ouçam. Comprem. Vão aos shows!

Um comentário:

Carlos Howes disse...

Anotado. Vou escutar!