sexta-feira, setembro 14, 2007

pronde foi tudo?

Não sei nem por onde começar, e talvez seja esse mesmo o ponto. Não começar nada e continuar simplesmente como antes. Mas no mínimo é um pensamento broxante... Imagine ver-se à frente novidades além e ainda assim querer ficar na passividade do não movimento? Avante minha filha! Mova-se.

Confesso ter sentido pelos últimos tempos uma sensação de finito, de sem saída, de cansaço, de estafo. Talvez por ter passado pelo término de atividades incríveis ou por estar nos limites de certas situações. Não sei delimitar, não sei dizer. Mas agora tenho que dar rumo. Tomar um caminho não definitivo, mas decisivo. Novos projetos, novas pessoas, novas idéias, novos lugares. Aproveitar as espontâniedades das coisas e deixar de bobera. rs

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Hoje estive conversando com um amigo e nós discutíamos o rumo das coisas do mundo. Pretensioso? rs Éramos divagadores apenas. Mas com toda essa essa nova idéia de responsabilidade planetária. Cuidar do mundo, do meio ambiente, do social... Isso acaba conosco quando há análise. E uma das breves conclusões é que estamos lascados de verdade e sabe lá até quando a humanidade vai aguentar tanta mudança do mundo. Digo, somos totais responsáveis pelas mudanças, mas somos também as principais vítimas a longo prazo. Meu, que falta de planejamento... rs. É até irônico. Tanta gente planeja uma carreira, uma família e num tá nem aí pro futuro ambiental dessa bola no espaço. É irônico e não tiro meu corpo fora. Estou aqui colocando meus bofes mentais e poderia estar prestando algum serviço útil a tanta gente que necessita. Mas às vezes penso que sou da classe intelectual do movimento, e isso me conforta e tira a sensação de invalidez. Mas como ia dizendo, muita gente [a maioria delas] num tá nem aí pro futuro que nos aguarda, para onde estamos caminhando. E quando falo dessa gente, falo dos bonados, dos detentores de poderes políticos ou econômicos que regem a sociedade capitalista. ...

Falando nestes e de sua falta de responsabilidade para com as futuras gerações, chegamos a tal ponto na conversa que uma consideração foi feita. A todo momento as pessoas questionam por que da juventude atual não se interessar por política. Por não temos militância nas universidades e não sermos politicamente ativos, participando de partidos ou em campanhas eleitorais. Me perguntei se isso é realmente uma realidade da maioria. Então pensei nos jovens de 1960 e toda sua revolução contra a ditadura e todo o engajamento político e revolucionário... Esses mesmos jovens, ou muitos deles, são os sessentões de hoje e que têm poder junto à política atual. Ministros, deputados, jornalistas, empresários. São os militantes heróis de outrora nem um pouco preocupados com o futuro do planeta. ... Uma consideração sem profundidade ou estudo científico, mas uma consideração. A pensar...

Me pergunto qual meu papel nesse mundo. O que faço é só mesmo falar sobre os assuntos ou mostrar algo mais profundo por meio da arte. Ainda acredito que a arte pode libertar as pessoas [e aí me lembro da 'teoria crítica'] e que é só questão de popularizarmos algo realmente bom e não simplesmente fast food. Sei que não é fácil e nem sei se posso me por a encargo de, mas faço o mínimo, ou o máximo que posso.

...

3 comentários:

Maria Renata disse...

Exato, vc faz a sua parte e isso é válido. Engraçado que tenho as mesmas opiniões sobre ecologia e política que vc, então só posso concordar com tudo o que vc disse, e ainda adicionar que, infelizmente, é triste ver como o poder corrompe as pessoas, e que mais triste que isso é saber que tem um interesse por trás de todos os problemas que nos cercam. Podre demais...
beijos!

Jaya Magalhães disse...

Minha mania de tomar as dores do mundo ainda não bateu tão forte em relação aos fatos atuais. Mas foi forte o suficiente pra doer, revoltar, escandalizar e rasgar um pedacinho da consciência de forma a ampliar certas pré-ocupações deixadas de lado.

Por mais que coloquem pessoas a frente, isso não vai mudar. Esse não é um pensamento pessimista meu, é apenas o olhar da realidade. Porque enquanto cada um não mover sequer uma pontinha do dedo em favor dessa causa, as coisas vão continuar como estão. E essa acomodação é uma pena, ainda que saibamos que a responsabilidade é toda nossa.

Mas não, não acho que seja uma causa perdida. Não a partir do momento em que encontro um post como esse seu, um pensamento como o meu, do amigo, do amigo do amigo... E os caminhos vão se ligando. Porque não existem causas perdidas até o momento em que existe alguém que acredite nela.

Sobre política, talvez se todos nascêssemos novamente, tudo melhorasse. Mas eu disse TALVEZ.

Mas sim, apesar dos pesares, avanteeeeeeeeeeeee! õ/

“A gente quer veeeeeeeeeeer
Horizonte distante...”

Rs.

Beeeeijo.
:*

Carlos Howes disse...

Muito interessante você ter puxado esse assunto no blog, moça. O seu ponto de vista sobre um certo saudismo que as gerações passadas carregam de serem supostamente "mais engajadas" também me levam a questionar. Essas mesmas pessoas que tanto foram "engajadas", que hoje fazem?

Bom, partindo para o outro lado, acho que cada um contribui muito em pequenas partes, nisso acho importante sua conscientização das através da arte. Eu tento me policiar em coisas pequenas como no desperdício de agua (o que é bem sério) ou coleta de lixo, mas faço isso em nível familiar. Não tenho vergonha de dizer que acho pouco e podia fazer mais.. Mas acho que é melhor que nada. È algo. O bom seria isso, que todos fizessem algo, ainda que pouco. Tudo ainda parece muito preso ao plano do discurso.