tango
ela dançava tango na penumbra da sala vazia
tomava uma garrava de licor de jabuticaba
cartas sovieticas espalhadas pelo chão
o esmalte escarlate ainda secavs nas unhas dos pés
devia ser domingo, assim, à noite
chuva fina e grossa
o chão de taco soltava poeira
ela tinha sinusite
no braço esquerdo uma tatuagem de pirata
galante e charmoso
na virilha uma tartaruga em preto e branco
desenhada à mão
os cabelos negros lisos caiam sobre a face
os olhos fechados e a resipiração turva
movimentos sinergicos
corpo inerte à força involuntária
tinha um pé de jabuticaba na casa da avó
sempre subia no pé e apanhava mais que chupava
lembra da criança, pelo álcool do licor,
pé descalço e joelho esfolado
o tango acaba
o bandoleon da as ultimas notas
agora sabe e sente
almodóvar iria gostar-te.
5 comentários:
ah, esses seus poemas que voam! adoro!
tb escrevi um continho musical no meu blog outro dia! mto bom!
beijos!
perfeito! faz a gente viajar de um jeito gostoso!!!
beijos!
ela gosta do tango, do mambo, do mengo, domingo e de costas!
Quanto charme num poema só!
Já disse que adoro isso? Acho que já, mas digo outra vez: ADORO isso! Rs.
Comecei a ler imaginando um filme. A protagonista do filme. E depois você vem me falar de Almodóvar? Caaaaaara, que sintonia! AMEI.
Lindo, de voar, literalmente.
Beijos, moça!
=*
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