sábado, maio 03, 2008

eu neguinha


o que fez de mim morbidamente só?
foi sol demais ou vento demais?
ainda não encherguei o mais além
pode ser que haja uma resposta
talvez seja só a ressaca

lembro do simulacro
de todas aquelas reflexões
e isso não é um poema
eu só gosto de escrever tudo separado
e eu queria praticar esportes

o que se faz para ser mais normal
saber conversar
não se guardar tanto
acompanhar o big brother
torcer no futebol

preciso emagrecer
preciso dormir
preciso beber ou fumar?
o que agrega as pessoas?
o que as faz aproximar?

é só mesmo uma sensação horrível
de que falta tudo, de que tudo foi
entre-safra, recuo da onda do mar
uma vontade de ser criança
e brigar por não querer comer abóbora

quanto tempo?
quanto resta pra me achar novamente
ou me perder?
eu guardo no bolso as histórias de D. Sinhá
talvez seja o momento de me atualizar...



* Cibelle - Minha Neguinha

7 comentários:

Amanda Beatriz disse...

bonito... mas às vezes é melhor deixar do jeito que está!
beijos!

Jaya Magalhães disse...

"é só mesmo uma sensação horrível
de que falta tudo, de que tudo foi
entre-safra, recuo da onda do mar
uma vontade de ser criança
e brigar por não querer comer abóbora"

Opa, opa, opa!

Nem sei mais o que dizer, depois dessa.

Só que tô com saudades, Mariana.

Beijocas.

Carlos Howes disse...

Tive uma identificação grande com bons trechos dessa letra.

Anônimo disse...

nem se atualizar e nem se estagnar! é só deixar fluir!

um beijo!

Maria Renata disse...

uma prece diária na cabeça de todo e qualquer cidadão! maravilhoso! é música ou poema mesmo?
beijos

Mariana Lima disse...

para esclarecimento de todos...

da canção da cibelle só coloquei uma frase: "eu guardo no bolso as histórias de D. Sinhá"

o poema, ou seja o que for, foi invensão minha, ouvindo a música dela...

é isso, rs.
e obrigada pelos comentários, sempre, :D

Filipe Garcia disse...

Oi Mariana

tudo dito de forma tão simples e encantadora! Tanta coisa pra gente ser, pra gente fazer, pra se perder ou ganhar. Quanto tempo? Tanto tempo! Tão pouco tempo!

Teu texto foi como filosofia pra essa minha madrugada sem sono. E filosofia vira brilho dentro do peito.

Beijo.