domingo, agosto 09, 2009

Cuba Feliz e Che

Ouço canções cubanas. Na memória aquele sentimento de extasiamento musical ao assistir Cuba Feliz e logo me embebedar mais um pouco do revolucionarismo cubano em Che. "Chan Chan", do Buena Vista Social Clube, inspira várias paródias, mas seu balanço é único, assim como as aventuras musicais de El Gallo.

Quem em sua adolescência nunca se sentiu revoltado e/ou simpático às causas revolucionárias cubanas? Quem nunca cultuou, mesmo que em íntimo, a figura de Che Guevara? Quem não se emocionou ao assistir "Diários de Motocicleta" (trilha lindíssima também)? Quem nunca quis resolver, ou que alguém pudesse resolver as dores do mundo?

Na última semana me senti mais próxima da ilha depois de assistir a duas produções audiovisuais que me tocaram bastante. Na primeira sessão quem tomou conta da tela foi Cuba Feliz. Um road movie estrelado por um dos cantores mais populares de Cuba, Miguel Del Morales, conhecido como El Gallo.

Percorrendo por cidades cubanas, movido pelos típicos rum e charuto, El Gallo se encontra com antigos e novos amigos em situações totalmente musicais. O filme é um grande sarau de melhor qualidade. As cantorias no passeio da rua, no quintal de casa, na cozinha e em outros tantos ambientes cotidianos me fez sentir muito aconchegada. Além disso, a improvisação dos cantores que inventavam na hora letras engraçadas e cheias de gracejos. Muito feliz o filme. Assisti sorrindo, rs, e com a mente dançante...

Logo depois, ainda contaminada pela língua espanhola, coloquei para rodar o longa que conta a parte revolucionária da história da ilha. Che. Uma grande produção não cubana dirigida por um diretor não cubano e estrelada por atores que não são cubanos. Mas, o sentimento... mesmo para mim que não sou cubana e nem conheço tantos cubanos assim, o sentimento que fica parece legitimamente cubano. O ideal de revolução e a vontade de trazer a um povo mais justiça e igualdade. Porém com um preço muito alto a se pagar. Numa revolução armada o que se faz na verdade é uma guerra. Não gosto de filmes de guerra. Ver gente morrendo e se sacrificando por uma nação não é lá uma coisa que me dê prazer de assistir. Sei também que as guerras acontecem no mundo todo e que muitos não podem fugir delas.

O que me inspira em Che é seu investimento em pessoas que ele não conhecia. Um povo que vivia dia após dia dificuldades de situação desumana. Me lembro das aulas de política, de neoliberalismo, de mídia e cultura na faculdade e das intermináveis discussões a respeito das diferenças sociais e culturais dos mais variados locais no mundo. Discussões que faziam vir à tona tantas opiniões diferentes e que, normalmente, não chegavam a lugar qualquer. Exatamente o que não vejo, bem no início do filme, quando Fidel e Che conversam sobre a situação do povo cubano e os primeiros planos para a tomada de poder. Taí a grande diferença.

Logo verei a segundo filme que continua a história do líder revolucionário. E enquanto não vejo prefiro me divertir somente com as canções cubanas...

_no player_ Buena Vista Social Clube_"Dos Gardenias" e "Besa me mucho"

2 comentários:

João Rafael disse...

Cuba libre! Una vez mas. Esta ilha está no meu coração...Um dia sinto de perto o que agora me passa por ventos de arte e história. (Viu o comentário sobre nossaa eweb no meu blog?)

Roginho disse...

Já faz tempo que o silêncio se instaurou nesse blog. É coisa demais ou inspiração de menos?

Saudade dos seus textos!