sábado, outubro 25, 2008

nota policial

Foi assim. Me levaram dinheiro, celular, documentos. Talvez também uma parte de mim. Fiquei perplexa, atônita. Imóvel. Nem sei por quê. Então criamos coragem de sair do lugar, mesmo assustadíssimos. E os guardas até tentaram pega-los. Mas já era tarde, já tinham corrido o bastante. O nervosismo, a imaginação percorrendo por possibilidades que não ocorreram, mas que pela simples possibilidade me aterroriza até então. Não aconteceu nada demais, só levaram coisas materiais. Graças a Deus.

É que fui assaltada um dia desses. E aquele sentimento de culpa ainda me persegue. A gente se culpa pelo lugar e horário, mas quem será o realmente culpado? Nem sei se até poderia nomear os assaltantes para isso. Outros muito sucintos diriam que é culpa do sistema. Esse sistema... Não sei de quem é a culpa, só me sinto ainda culpada. Depois de conviver diariamente pela mídia com a notícia de um mundo violento, ainda dou sorte ao azar... Isso é motivo de culpa. Mas estou superando. Pouco a pouco. Sono a sono. O problema agora é só tirar as segundas vias de tudo o que me foi tirado. E é caro...

3 comentários:

Jaya Magalhães disse...

Gaiolas, nossas casas. Quando a gente sai pra voar um pouco, tem as asas cortadas.

Que susto, Mariana! Nunca fui assaltada, mas imagino tuas culpas, questionamentos, emoções desreguladas...

Graças a Deus tá tudo bem contigo. (: E espero que em breve tudo fique 100% novamente.

[Li teu e-mail, respondo em breve].

Beijo, mineira.

Amanda Beatriz disse...

que triste! nunca fui assaltada! morro de medo porque sou sem noção, tenho medo de ficar puta e reagir. espero que nunca aconteça! e que você supere esse sentimento ruim.
beijo!

Carlos Howes disse...

Já passei por tal situação. Mais de uma vez. Isso fica na nossa cabeça por algum tempo, acho que os questionamentos são inevitáveis mesmo... È psicologicamente desgradável.

O lado bom (e talvez ruim também) da coisa, e que a gente sempre fica mais receoso depois dessas situações, e consequentemente, mais atento.