quarta-feira, novembro 22, 2006

conto do vigário

Bom, primeiro eu pensei em escrever ou transcrever um dos meus contos. Depois eu lembrei dessa expressão 'conto do vigário' e me perguntei de onde vinha isso e qual o significado original. Não consegui me responder e a pergunta foi perdendo força como são com as perguntas despretenciosas e irrelevantes, apesar d'eu ter algum interesse curioso nisso. Então com a palavra vigário me lembrei de alguns padres dos quais me fiz saber de suas vidas.

Padre Amaro
Este jovem e recém formado padre vai para uma cidadezinha de interior. Lá ele se encontra com uma sociedade conservadora e perfeita para o domínio católico. Com o poder de observação de um próprio interesseiro ele descobre altos e baixos do clero dali. Mas, como há interesses e deve-se zelar pelo bem clericano antes do bem da sociedade democrática, ele retém todo o novo conhecimento para si, talvez assim poderá usufruir de uma chantagenzinha se precisar?
Eis que o jovem começa a reparar numa bela moça muito católica e filantrópica que lhe serve o almoço todos os dias. É bonita, de uns 19 anos e ainda inocente demais para entender que padre é homem mas também é padre. Ente olhares furtivos e palavras estratégicas no ritual de acasalamento ele aderem ao movimento do amor livre, muito praticado nas sociedades hippies. Numa aconchegante casa semi abandonada têm maravilhosas e caliente aulas de religião amorosa. Tudo no mais completo sigilo. Até que um superior do moço descobre tudo e ameaça a denuncia ao bispo. A chantagem funciona. Passam-se meses de relacionamento extra-clerical e a garota descobre a gravidez. O desespero os acomete e a decisão é pelo aborto clandestino!!! Às 2 da madrugada, guiados por uma senhora do mundo inferior, vão ao destino mortal do bebê. Ela entra bem e sai com uma emorragia que não pára. Ele tenta leva-la a um hospital mas morre em seus braços.
Ele inventa para a cidade que o filho era do transviado namorado que a abandonou grávida. Celebra sua missa de despedida e continua padre. Mentindo para todos e até a si mesmo...
Santo Frei Malthus
Esse era amigo de um reporter de apaixonado por uma prostituta! Um cara da pesada. E ainda se martirizava por conta da paixão e do sapato da cinderela desde a noite do exorcismo. Quem é a amada? Ninguém menos que Hilda Furacão, o terror de Belo Horizonte nos anos cinquenta. E ele ainda se envolveu com o movimento comunista sendo preso diversas vezes sobe acusações de atos subversivos e coisas do tipo. Enquanto ela, que viveu a rotina da zona boêmia durante 5 anos e era também apaixonada pelo santo, sumiu do mapa depois de largar a vida de prostituta. A verdade é que ele é mesmo um santo e Deus estava fazendo de tudo para ele não se corromper. No dia em que o casal iria se encontrar para viver livremente seu amor, Frei Malthus é preso pelos militares. O encontro nunca aconteceu, mas creio que fora ali o amor mais bonito de um padre e uma mulher.

6 comentários:

Anônimo disse...

Hahahahaha! Ótimo conteúdo! Reza a lenda que a minha família materna começou por causa de um rolo desses, tb! Lá nos antepassados da família, tinha um padre que mantinha um romance secreto com uma mulher, tinham alguns filhos inclusive, mas aí a Igreja descobriu e o excomungou... aí para se auto-flagelar, ele se castrou... alguns séculos depois, cá estou :P
Agora, vai saber se é verdade, era o que meu avô contava, inclusive encontrei essa história num dicionário de sobrenomes... mas é no minimo curioso pensar que a minha origem, a de mais de um milhão de espanhóis e latinoamericanos possa ter-se dado dessa forma...
beijos ;**

Ygor P. disse...

Parece o gugu o padre.

Mariana Massarani disse...

Pode pegr o desenho do Volver sim!
bjs!

Anônimo disse...

Duas igrejas em Ouro Preto receberam um presente: uma imagem de santa. Para verificar qual da paróquias ficaria com o presente, os vigários resolveram deixar por conta da mão divina, ou melhor, das patas de um burro. Exatamente no meio do caminho entre as duas igrejas, colocaram o tal burro, para onde ele se dirigisse, teríamos a igreja felizarda. Assim foi feito, e o vigário vencedor saiu satisfeito com a imagem de sua santa. Mas ficou-se sabendo mais tarde que o burro havia sido treinado para seguir o caminho da igreja vencedora. Assim, conto do vigário passou à linguagem popular como falcatrua, sacanagem.

A segunda, veio da pesquisadora mineira Lourdes Aurora. Segundo ela, a expressão inicial era cair na conta do vigário, pois esses recebiam ouro roubado e pagavam pouco aos escravos. Várias igrejas foram construídas segundo Lourdes, pela conta do vigário. Daí que veio a palavra vigarista, pessoa que agia como os vigários d’antanho.


http://www.exactaexpress.com.br/ContodoVigario.htm

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se o google não sabe, então ninguém sabe. =D beijos. bom domingo.

Anônimo disse...

...às vezes nem tanto. haha =) beijo.

João Rafael disse...

OPa! Nada do que "fuçar" para aprender né! Criei meu blog, ainda que cru, mas está no ar. Farei algumas alterações ( ainda preciso fuçar muito!)mas mesmo assim, da uma moral lá ok!!! inté!!!!